Criança chorando, cachorro sujando a casa que estava limpa, trânsito lento, pressões no trabalho, atrasos. Tudo isso vira motivo para o dito “estresse” e, inclusive, o mau hálito. Isso porque quando ficamos estressados ocorre uma redução na produção de saliva, já que as atividades das glândulas salivares dependem do bom funcionamento do nosso Sistema Nervoso Central.

Para quem não sabe, o mau hálito, ou halitose, é uma alteração desagradável em nosso ar expirado; e pode significar uma mudança orgânica que necessita de tratamento, ou fisiológica, que requer orientações.

Conforme explica a gastroenterologista clínica do Instituto do Aparelho Digestivo, com especialidade em hepatologia, doutora Rita de Cássia Baréa (CRM 3907/MS), “em caso de estresse é normal a boca ficar seca, produzirmos saliva mais espessa e, em menor escala, até termos refluxo gastroesofágico. Tudo isso contribui para a estagnação de matéria orgânica sobre o dorso da língua. Por conseguinte, a degradação desse material determina a formação dos compostos responsáveis pelo mau odor que serão eliminados pelo ar expirado.”

Prevenção

Higiene bucal impecável não basta para garantir um hálito saudável. “Alimentação saudável, com intervalos de tempo não superiores a três horas entre as refeições e beber muita água são dicas simples e que, com a nossa rotina agitada, acabamos esquecendo”, explica a doutora. Rita.

Além disso, com tempo reduzido para o almoço, é natural as pessoas comerem mais rapidamente, mastigando menos e provocando diminuição na salivação. “O ideal é conseguir mais tempo no dia a dia para cuidar de si”, orienta a gastroenterologista.

Quando a halitose é indício de alguma doença

De modo geral, a halitose passa a ser um problema de saúde com consequências sociais, morais, psicoafetivas e até econômicas. Segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 40% da população mundial tem halitose.

Além do fator estresse, o mau hálito pode ser indício principalmente de problemas orais – como cáries, má escovação dos dentes e da língua, sinusite, amidalite, problemas de origem digestiva e até mesmo sistêmica, como diabetes e alterações hormonais.

“A orientação é de que todo paciente que desconfie ser portador de halitose procure o seu médico para tentar identificar a origem deste problema. O dentista, gastro, clínico-geral podem iniciar o tratamento e até indicar exames que identifiquem a origem da halitose. E essa identificação correta é importante para direcionar o tratamento mais adequado para cada caso de halitose”, revela Rita de Cássia.