Com a voz embargada, o atleta olímpico e paralímpico sul-africano Oscar Pistorius fez sua defesa no tribunal nesta segunda-feira, dizendo que a morte a tiros de sua namorada no Dia dos Namorados da África do Sul, no ano passado, o deixou sem dormir, com medo e atormentado por pesadelos.

A estrela do atletismo, em julgamento pelo , também pediu desculpas à mãe da modelo Reeva Steenkamp, dizendo que disparou quatro vezes através da porta de um banheiro em sua casa de luxo em Pretória acreditando que estivesse a defendendo de um intruso.

Steenkamp, modelo e formada em , foi atingida por ao menos três disparos de Pistorius, um dos quais –na cabeça– a matou quase instantaneamente.

“Eu estava simplesmente tentando proteger Reeva”, disse Pistorius ao tribunal no início de seu depoimento. A mãe de Reeva Steenkamp, sentada na galeria pública do tribunal lotado em Pretória, baixou a cabeça e não expressou reações.

Pistorius, que pode pegar prisão perpétua se for condenado por assassinato, afirmou que desde o incidente tem usado anti-depressivos e pílulas para dormir por causa de seu estado de espírito perturbado.

“Estou com medo de dormir. Tenho pesadelos horríveis sobre coisas que aconteceram naquela noite”, disse. “Eu posso sentir o cheiro de sangue. Eu acordo aterrorizado.”

Ele relatou uma ocasião em que acordou com tanto medo no meio da noite que se arrastou para debaixo de um armário antes de chamar sua irmã, que veio atendê-lo.

“Eu acordo em um completo estado de terror a ponto de preferir não dormir”, acrescentou.

Anteriormente, durante o depoimento de um perito, Pistorius vomitou em um balde.

A figura perturbada que prestou depoimento está longe da imagem de um homem agressivo obcecado por armas, que a promotoria procurou retratar nos primeiros 16 dias de julgamento.

Além de assassinato, Pistorius é acusado de disparar uma pistola dentro do carro de amigo e de descarregar uma arma debaixo da mesa em um restaurante lotado em Johanesburgo.

Ele se declarou “inocente” de todas as acusações.

Sua defesa quer provar que ele confundiu a namorada com um intruso escondido no banheiro quando atirou em Steenkamp no Dia dos Namorados.

No entanto, várias testemunhas atestaram ter ouvido os gritos aterrorizados de uma mulher antes e durante uma saraivada de tiros.