Egito vai às urnas sob forte esquema de segurança
O Egito foi às urnas na segunda-feira (26), primeiro dia da eleição presidencial, sob um forte esquema de segurança para impedir que ataques de militantes atinjam o processo. O ex-chefe do Exército, Abdul Fattah al-Sisi, que depôs o presidente Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana, no ano passado, enfrenta o candidato de esquerda Hamdeen Sabahi. A […]
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O Egito foi às urnas na segunda-feira (26), primeiro dia da eleição presidencial, sob um forte esquema de segurança para impedir que ataques de militantes atinjam o processo.
O ex-chefe do Exército, Abdul Fattah al-Sisi, que depôs o presidente Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana, no ano passado, enfrenta o candidato de esquerda Hamdeen Sabahi.
A eleição presidencial, a segunda em dois anos, é realizada em dois dias e resultados extraoficiais deverão ser divulgados nas horas após o fechamento das urnas na terça-feira.
O ex-general, que tornou-se um ícone no Egito, é a opção de muitos que desejam estabilidade após anos de convulsão social. Qualquer outro resultado a não ser uma vitória fácil dele será fonte de perplexidade, informa o correspondente da BBC Kevin Connolly, no Cairo.
O nível de participação será visto como uma indicação do tamanho do apoio que o vencedor terá.
No campo doméstico, o novo presidente terá grandes desafios. O público espera que o presidente enfrente o alto nível de desemprego e desigualdade e corrupção crescentes, mas restabelecer a segurança deverá ser o maior problema.
Forte segurança
Dois fatores são vistos como obstáculos a uma disputa livre e justa no Egito. Primeiro, a eleição é realizada em meio a uma grave crise política, que desperta preocupações de segurança.
Mais de 250 mil membros das forças de segurança patrulham as salas de votação, segundo o Ministério do Interior. A forte operação serve o discurso das autoridades de que a ameaça de militantes islâmicos continua presente, relata Connoly.
Militantes mataram centenas de integrantes das forças de segurança desde a retirada de Morsi pelo Exército, em julho, após grandes protestos opositores. Eles afirmam terem ampliado seus ataques em resposta à repressão à Irmandade Muçulmana liderada pelo Exército, que matou mais de 1,4 mil pessoas e deteve outras 16 mil.
Vários partidos islâmicos, mas não todos, e grupos seculares estão boicotando a votação em protesto à repressão a opositores. A Irmandade considera Morsi o presidente legítimo do país e se recusa a reconhecer a eleição. Morsi está preso e enfrenta uma série de acusações. Ele nega qualquer irregularidade.
A maioria dos grupos ocidentais não está monitorando as eleições. A União Europeia, no entanto, disse que estará acompanhando a votação.
Disputa justa?
Além do forte esquema de segurança e repressão a opositores, outro fator é o apoio absoluto que Sisi tem da grande imprensa egípcia, que já fala do ex-general como o próximo presidente.
Além disso, os veículos de comunicação da Irmandade foram fechados, restringindo ação da oposição a portais de internet e canais de televisão online cujos servidores estão fora do Egito. A audiência desses canais é mínima comparada à grande imprensa do país.
Em sua campanha, Sisi disse ter planos para desenvolver a agricultura, moradia, educação, áreas pobres e o trabalho. Ele tem o apoio de vários empresários e uma grande aliança de partidos, que vai da direita islâmica à esquerda moderada.
Sabahi, terceiro colocado nas eleições presidenciais de 2012, se apresenta como uma alternativa a eleitores novos que preferem um candidato civil a um ex-militar. Ele prometeu combater a corrupção e incompetência e promover os direitos civis.
Ambos disseram que não irão regularizar a Irmandade Muçulmana, que foi classificada como grupo terrorista e levada à ilegalidade pelo governo egípcio.
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