O dólar fechou praticamente estável nesta quinta-feira, descolado do exterior, anulando as importantes perdas vistas em boa parte do pregão conforme investidores aproveitaram para comprar divisas quando a cotação encostou no patamar de R$ 2,30, considerado um piso informal importante.

As perdas mais cedo acompanharam a depreciação da divisa dos Estados Unidos nos mercados internacionais e após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sugerir a continuidade do ciclo de altas na Selic, o que tende a atrair recursos de fora ao país.

A moeda americana teve oscilação positiva de 0,06%, a R$ 2,3212 na venda, após chegar a R$ 2,3005 na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão. “O dólar deu uma boa voltada depois que bateu no nível de R$ 2,30. Foi um ajuste técnico, principalmente depois de ter caído tanto nos últimos dias”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira. No mês passado, a divisa dos EUA acumulou queda de 2,79% sobre o real.

O dólar operou em queda durante boa parte da sessão, depois de o Banco Central afirmar por meio da ata do Copom que entende “ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso”.

No mercado de juros futuros, o documento alimentou ainda mais as apostas em que o BC promoverá em abril mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic, atualmente em 10,75%. Juros maiores têm potencial para atrair mais investidores de fora, aumentando a oferta de dólares no mercado interno, em busca de mais ganhos financeiros.

Durante a manhã, as perdas ganharam fôlego, acompanhando os movimentos da divisa norte-americana no exterior, com o mercado interpretando declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, como sinal de que a autoridade monetária europeia não deve adotar novos estímulos à economia no curto prazo. “Embora alguns observadores acreditassem que o BCE poderia adotar nova medida em abril, o tom de Draghi torna isso improvável”, escreveram analista do Brown Brothers Harriman em relatório.

Com isso, o euro acelerou os ganhos e chegou a atingir a máxima contra o dólar desde o fim de dezembro, influenciando também as principais moedas emergentes. Pela manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares. Foram 500 contratos para 1º de agosto e 3,5 mil para 1º de dezembro deste ano, com volume equivalente a US$ 198 milhões.