Dólar sobe 0,43% ante o real, com cautela sobre EUA

O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, seguindo outras moedas nos mercados internacionais, após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, defender a política monetária frouxa e salientar pontos de recuperação da economia dos Estados Unidos. A moeda dos EUA avançou 0,43%, a R$ 2,2211 na venda, após chegar a R$ 2,2276 […]

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O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, seguindo outras moedas nos mercados internacionais, após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, defender a política monetária frouxa e salientar pontos de recuperação da economia dos Estados Unidos. A moeda dos EUA avançou 0,43%, a R$ 2,2211 na venda, após chegar a R$ 2,2276 na máxima da sessão.

“De maneira geral, o Fed tem sido bastante cauteloso. Então quando a Yellen aponta a força da economia dos Estados Unidos, o mercado entende que alguma coisa mudou”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Em audiência no Comitê Bancário do Senado norte-americano, Yellen ressaltou que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no primeiro trimestre deste ano deveu-se mais a fatores transitórios, e que um aumento dos juros poderia ocorrer antes se o emprego continuar melhorando mais rápido do que o esperado pelo Fed.

Juros mais altos nos EUA poderiam atrair recursos atualmente aplicados em outros países. Por isso, o dólar também se fortaleceu contra moedas como o euro e o peso chileno. Por outro lado, Yellen também destacou que a recuperação econômica dos Estados Unidos continua incompleta, com o mercado de trabalho ainda abalado e salários estagnados justificando a política monetária frouxa.

Boa parte dos analistas mostrou-se cautelosa e ainda evitou mudar suas previsões sobre quando o banco central dos EUA elevará os juros. Segundo o operador de uma corretora nacional, que prevê o aperto monetário no segundo semestre do ano que vem, ainda são necessários sinais mais consistentes de fortalecimento na economia norte-americana.

“O mercado não estava esperando grandes coisas da audiência de Yellen. Por isso, quando vem uma declaração um pouco inesperada há um ajuste na taxa, mesmo que as expectativas sobre os juros não tenham mudado”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. Não por menos, o volume financeiro nesta sessão, segundo a BM&F, ficou em torno de US$ 2,5 bilhões, acima da média diária deste mês, de US$ 1,1 bilhão.

Segundo analistas, o volume alto de negociações deveu-se ao fato de que, após semanas de agenda econômica fraca, as declarações de Yellen deram novos motivos para operadores especularem. Neste mês, até a véspera, o dólar acumulava alta de apenas 0,07%. “Finalmente tivemos um dia agitado”, afirmou o analista de uma corretora internacional.

No cenário doméstico, a constante atuação do Banco Central brasileiro segurou a volatilidade do câmbio e manteve o dólar dentro da banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25. Aos olhos de boa parte do mercado, esses patamares agradariam ao BC por evitarem pressões inflacionárias e não prejudicarem as exportações.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, como parte de sua atuação diária. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 2 de fevereiro e 500 para 1º de junho de 2015, com volume equivalente a 198,5 milhões de dólares. Em seguida, vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 30% do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.

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