Dólar fecha estável após PT defender controle de capital

Depois cair durante boa parte do pregão com dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos, o dólar fechou praticamente estável ante o real nesta terça-feira após o presidente do PT, Rui Falcão, afirmar que o governo poderá, num eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, discutir controle de capital mais rígido. A divisa dos EUA […]

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Depois cair durante boa parte do pregão com dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos, o dólar fechou praticamente estável ante o real nesta terça-feira após o presidente do PT, Rui Falcão, afirmar que o governo poderá, num eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, discutir controle de capital mais rígido.

A divisa dos EUA recuou 0,03%, a R$ 2,2150 na venda, após bater R$ 2,2055 na mínima da sessão e R$ 2,2195 na máxima. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,1 bilhões. “Quando o presidente do PT, partido do governo, fala em controle de capitais, o pessoal assusta. Se você imagina que o dinheiro que entrou vai ter que ficar aqui, a reação é querer tirar o que você já aplicou”, disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho

Falcão, que também é coordenador da campanha de reeleição da presidente, declarou-se ainda contra a autonomia formal do BC. “É preciso conter o investimento meramente especulativo e isso se faz com controle apropriado de capitais”, disse ele em entrevista à Bloomberg divulgada na reta final do pregão.

Durante praticamente todo o dia, a moeda norte-americana recuou ante o real diante de dados mais fracos do que o esperado sobre o varejo nos Estados Unidos, moderando as esperanças de forte aceleração do crescimento econômico no segundo trimestre. “Os dados fracos de varejo nos EUA reduzem a possibilidade de aumento do juros precipitado (no país)”, afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

O Federal Reserve, banco central americano, tem reduzido gradualmente suas medidas de estímulo econômico e sinalizado que poderia elevar as taxas de juros mais cedo que o esperado. Juros mais altos no exterior poderiam atrair de volta à maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil, pressionando o câmbio.

Apesar da queda mais cedo, o dólar continuou não indo abaixo de R$ 2,20, algo que incomodaria o Banco Central segundo avaliação de operadores. Esse patamar não é inflacionário e, ao mesmo tempo, não prejudica as exportações. “Já ficou claro que o mercado trabalha com piso em R$ 2,20. Vai precisar acontecer algo bem pesado, aqui ou lá fora, para que a gente volte a testar esse patamar”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

Pela manhã, o BC vendeu a oferta total de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, na intervenção diária, todos com vencimento em 2 de março de 2015 e volume equivalente a US$ 198,3 milhões. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de dezembro deste ano, mas não colocou nenhum. Em seguida, também vendeu a oferta total em leilão de rolagem. Até agora, o BC rolou pouco menos de 20% do lote total para o próximo mês, que equivale a US$ 9,653 bilhões.

No exterior, os dados dos EUA ajudaram o dólar a recuar contra outras moedas, como os pesos mexicano. Mas notícias de que o banco central alemão apoiaria medidas de expansão monetária para estimular a economia da zona do euro levavam o euro a perder terreno contra a divisa norte-americana.

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