A diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional ), Christine Lagarde, está sendo investigada pelo crime de “negligência” em um caso envolvendo o empresário Bernard Tapie e o banco Crédit Lyonnais. O caso, que está nas mãos da Corte de Justiça da República da França (a qual tem competência para julgar ministros), refere-se a uma arbitragem conduzida por Lagarde em 2008, quando ela era ministra da Economia e Finanças no governo de Nicolas Sarkozy.

O objetivo do processo é determinar se houve corrupção na atribuição de uma indenização de 400 milhões de euros a Tapie. A condenação foi imposta por meio de arbitragem, à qual Lagarde teria preferido recorrer em vez da justiça normal.

Tapie, por sua vez, foi um dos apoiadores de Sarkozy na corrida presidencial francesa em 2007. Por isso, há suspeitas de que o ex-presidente tenha pressionado sua ministra para favorecer o empresário. Lagarde, porém, afastou a hipótese de renunciar ao cargo devido às investigações. “Volto a trabalhar em Washington nesta tarde”, afirmou. A diretora-geral do FMI passou cerca de 15 horas prestando depoimento ontem (26), em Paris. Ela já tinha sido interrogada outras quatro vezes, sempre na posição de testemunha, e somente agora teve seu nome incluído no processo.