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Deputado federal diz que quilombolas, índios e gays são ‘tudo que não presta’

Deputados federais gaúchos ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária viraram alvo de críticas nas redes sociais e também da organização não governamental (ONG) Greenpeace por conta de declarações dadas durante uma audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara, em Vicente Dutra, no norte gaúcho, no dia 29 de novembro de 2013. O presidente da […]
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Deputados federais gaúchos ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária viraram alvo de críticas nas redes sociais e também da organização não governamental (ONG) Greenpeace por conta de declarações dadas durante uma audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara, em Vicente Dutra, no norte gaúcho, no dia 29 de novembro de 2013. O presidente da frente, deputado Luis Carlos Heinze (PP) chegou a classificar, em sua fala, quilombolas, índios, gays e lésbicas como “tudo que não presta”.

“Gilberto Carvalho também é ministro da presidenta Dilma (Rousseff). É ali que estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, ali está alinhado. E eles têm a direção, têm o comando do governo”, diz Heinze no vídeo, editado, e que não traz o início de sua fala.

Apesar de trazer discursos feitos no dia 29 de novembro, o vídeo foi publicado no Youtube apenas hoje, e traz partes editadas das falas dos parlamentares durante a audiência.

Em outro trecho do vídeo, Heinze aparece falando sobre o uso de segurança privada em propriedades rurais para impedir ocupações. Ele cita o exemplo do Pará e do Mato Grosso do Sul e pede aos proprietários que se “defendam”.

“No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará porque a Brigada Militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades. Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo, como o Mato Grosso do Sul está fazendo.”

Outro deputado que aparece no vídeo, Alceu Moreira (PMDB), classifica de “vigaristas” os que tentam ocupar propriedades. “Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra. Mas nos digam. Se fardem de guerreiros e não deixem um vigarista desses dar um passo na sua propriedade. Nenhum. Nenhum. Usem todo o tipo de rede. Todo mundo tem telefone. Liguem um para o outro imediatamente. Reúnam verdadeiras multidões e expulsem do jeito que for necessário”, afirma o parlamentar em um trecho na edição feita.

Declarações geram repercussão

Após a publicação do vídeo, o Greenpeace se manifestou através de nota publicada em seu site, e criticou o posicionamento dos parlamentares. De acordo com a ONG, os discursos dos deputados “incitam a violência contra lideranças indígenas que tentam retomar suas terras invadidas por fazendeiros, grileiros e madeireiros, como também insultam gays e lésbicas, e reforçam o discurso inverossímil acerca da demarcação de terras indígenas para o público de produtores rurais”.

O PP, partido de Heinze, também se manifestou em nota sobre a declaração do parlamentar, e afirmou que “não compartilha de forma nenhuma com qualquer manifestação preconceituosa ou que incite a violência contra qualquer grupo”.

“Defendemos a pluralidade e a convivência pacífica entre as pessoas, sempre respeitando suas opiniões e diferenças. O PP não tem qualquer compromisso com o erro ou manifestação infeliz que por certo ocorre também com integrantes de outros partidos”, diz a nota da legenda. “As opiniões divergentes ocorrem, muitas vezes, entre membros da própria família, como acontecem, também, entre os membros dos partidos políticos.”

Procurado, o deputado Alceu Moreira afirmou ao Terra que sua declaração foi motivada por uma invasão feita por indígenas, dias antes ao da audiência, à uma pequena propriedade na cidade.

“O que eu falei foi para que as pessoas se organizem, se movam, se protejam. Que não permitam que suas propriedades, adquiridas com tanto esforço, sejam invadidas”, disse. “Não estimulo a violência, não é isso, mas é melhor a desobediência civil do que a injustiça.”

O parlamentar contestou também a validade de laudos antropológicos que servem como base para grupos indígenas e quilombolas, por exemplo, em processos de concessão de terras. “Eles dizem que são vítimas de grileiros. As propriedades na região têm 10 hectares. Os índios se dizem vítimas, e são mesmos. Mas de ONGs internacionais e setores ligados ao governo federal.”

O Terra não conseguiu contato com o deputado Luis Carlos Heinze para comentar as declarações.

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