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Depois de 3h30 à espera de viatura do Samu, homem morre sem receber socorro médico

Da primeira ligação feita pela família pedindo socorro, até o momento que conseguiram levar o sitiante a um posto de saúde em Campo Grande, nenhuma viatura foi acionada para atender a vítima
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Da primeira ligação feita pela família pedindo socorro, até o momento que conseguiram levar o sitiante a um posto de saúde em , nenhuma viatura foi acionada para atender a vítima

A Polícia Civil registrou na tarde de hoje mais um episódio envolvendo um pedido de socorro que não foi atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Após 3h30 da primeira primeira ligação pedindo por ajuda, o sitiante José, de 56 anos, morreu sem receber qualquer tipo de auxílio médico. 

A vítima, juntamente com a esposa, Edna, estava em um sítio, do qual são proprietários, no Distrito de Anhanduí, a 60 quilômetros ao sul de Campo Grande, quando o sitiante começou a passar mal. A esposa ligou para a filha pedindo ajuda. 
SAGA 
A saga em conseguir um socorro começou às 19h. “Liguei para o Samu e eles disseram que iriam para o local, então fui na casa do meu irmão pegar os documentos do meu pai e avisei para a minha mãe que eles estavam a caminho”, conta a microempreendedora, Deyse Tassili, de 31 anos. 
Após meia hora, Deyse ligou novamente para a filha dizendo que levou o pai dela para a rodovia. “Como lá é escuro, então eles ficaram dentro do carro, com o pista ligado, próximo de um acampamento de trabalhadores rurais sem-terra, para eles localizarem meu pai mais rápido. Então liguei novamente para o Samu para avisar sobre o local e a notícia que me deram foi outra. Eles disseram que havia só uma viatura, e que ela estava atendendo”, lembra. 
Deyse se apavorou com a informação. “Fiquei indignada, ‘como assim? Vocês não foram pra lá ainda?’”, disse e completou, “eles tinham me dito que estavam a caminho e de repente, vem dizer que só tem uma viatura e está em atendimento?”. 
A esposa de José, começou a virar em pânico, fazia 1h40 que haviam ligado para o Serviço e o Samu não tinha aparecido no local. “Liguei mais uma vez para o 192, e a atendente teve a ‘cara de pau’ de dizer que não tinha pedido nenhum de socorro. Aí, eu entrei em pânico e ela me passou para um médico. Em vez dele me ajudar, começou a brigar comigo por telefone. Não tive paciência, e desliguei na cara dele, onde já se viu, meu pai morrendo, eu pedindo socorro e eles brincando com a vida de alguém”, afirma. 
Deyse resolveu ir até o local resgatar o pai, ao passar pelo Posto 21 da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-163, a microempresária resolveu parar e pedir ajuda. “Perguntei se eles tinham ambulância, eles disseram que não, mas quando contei o que aconteceu, eles prontamente disponibilizaram a viatura deles pra me atender. Então liguei para a minha mãe e ela disse, que não aguentava ver o meu passando mal e resolveu trazer ele”, recorda. 
Ela dispensou a ajuda da PRF, pois ambos iriam desencontrar pela rodovia. Às 22h36min, o sitiante deu entrada no posto de saúde do Guaicurus. Após chegar no local, o médico da unidade informou que José já estava morto, e que a causa seria um AVC (Acidente Vascular Cerebral). 
“Depois de receber esta notícia, o Samu me ligou para perguntar aonde estava meu pai, pois eles foram até lá socorrer uma criança e que iria ‘aproveitar a viagem’. Simplesmente falei que por omissão deles, meu pai já estava morto”, frisa. 
Deste momento em diante, Deyse conta que o Samu não parou de ligar para ela, para dar apoio. “Quando eu precisei, vocês não me atenderam, porque agora tenho que atender vocês”, falou a filha da vítima que enfatizou, “sei que fui grossa, mas eles foram pior, deixaram meu pai morrer dentro de um carro, agonizando, e pensa o que minha mãe passou, esperando uma viatura que sequer saiu de Campo Grande”. 
DENÚNCIA 
A microempresária registrou o boletim de ocorrência de omissão de socorro na 1ª Delegacia de Campo Grande. Na tarde de hoje ocorre o velório do pai dela, no bairro Tiradentes, região leste. “Somos em cinco filhos, eu e mais um moramos em Campo Grande. Outros três estão vindo para cá e eles ainda não sabem como foi a forma que nosso pai morreu”, comenta.

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