Policial mostra rascunho de casa onde adolescente morou com janela que daria acesso ao quintal do vizinho, apontando possibilidade de a jovem pedir ajuda
O delegado da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) responsável pelo caso de cárcere privado, Paulo Sérgio Lauretto, apura algumas lacunas que há em depoimentos e análise do local onde o casal morava. Na manhã de ontem, os policiais acompanhados da Perícia Criminal estiveram em algumas das casas por onde a vítima informou que residiu.
Uma das casas periciadas foi a do Bairro Taquarussu, região sudoeste de Campo Grande, onde o casal viveu por aproximadamente oito meses, antes de eles se mudarem para a casa da ex-mulher dele. “A casa é pequena e simples. Quando abri a janela do quarto do casal me deparei já com o quintal do vizinho. Gritei ‘vizinho’ por duas vezes e ele já apareceu com o prato na mão, pois já era a hora do almoço”, explica.
“O que preciso saber é porque ela não gritou pelo vizinho, já que estava sendo mantida em cárcere?”, indaga o delegado que continua a investigar o caso a fim de preencher estas lacunas. Uma das possibilidades de pedir ajuda para quem mora ao lado é que a jovem informou que era ameaçada pelo companheiro.
“Cheguei a ouvir ela novamente ontem à tarde e ela reafirmou o crime novamente”, enfatiza Lauretto. Outra possibilidade levantada na manhã desta quinta-feira (21) pela advogada do suspeito, é que a jovem estaria com ciúmes do relacionamento amigável entre ele e a ex.
“Como eles foram morar com a ex, a adolescente teria presenciado um relacionamento entre os dois que pode ter lhe causado ciúmes. Além disso, ela poderia ter ficado com medo de perder a guarda da criança”, conta algumas versões que foram acrescidas no inquérito.
“É por conta disso tudo que o caso será analisado minuciosamente”, alerta o delegado.