O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, acompanhando a cena externa e dando continuidade ao movimento da véspera, quando interrompeu série de quatro quedas seguidas que o levaram abaixo do patamar de R$ 2,20.

A moeda americana subiu 0,78%, a R$ 2,2213 na venda, acumulando na semana queda de 1%. Na máxima dessa sessão, o dólar chegou a R$ 2,2240 e na mínima R$ 2,1975. O volume financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão, segundo dados da BM&F.

No mercado internacional, o dólar subiu frente a diversas moedas após a forte queda nas bolsas norte-americanas no dia anterior e nesta sessão, levando os investidores a buscarem mais proteção. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar subia 0,14%. O mesmo aconteceu em relação ao peso chileno, entre outras moedas.

“Está todo mundo vendendo e isso impacta no dólar aqui”, resumiu o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel. Na véspera, o índice tecnológico Nasdaq desabou mais de 3%, a maior queda em dois anos e meio, alimentando as expectativas sobre perdas mais amplas no mercado. Nesta sessão, o indicador continuou o movimento, perdendo mais de 1%.

Na reta final do pregão, o dólar acelerou ainda mais suas perdas frente ao real, seguindo os mercados externos e também a fluxos pontuais de saída de recursos, segundo relato de operadores.

Mesmo assim, especialistas acreditam que o dólar deve voltar a ficar abaixo de R$ 2,20 no curto prazo, basicamente por dois motivos: fluxo de entrada e atuações do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio. A avaliação é de que, neste momento de inflação elevada, manter a moeda norte-americana em níveis baixos ajuda a segurar os preços de importados.

Mais cedo, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais. Fora 2 mil com vencimento em 1º de dezembro deste ano e 2 mil contratos para 2 de março do próximo ano. O volume foi equivalente a US$ 198,2 milhões. E vendeu a oferta total de até 10 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares. Com isso já rolou US$ 2,964 bilhões, ou cerca de 35% do lote total que vence no próximo mês, correspondente a US$ 8,733 bilhões.

Pela manhã, o dólar chegou a recuar ante o real por conta de forte entrada de recursos vindos do exterior. “No começo da manhã, teve pressão para baixo por causa de uma entrada (de dólares) pontual, mas isso não mudou a tendência do dia que foi de valorização, como no exterior”, afirmou um operador de banco internacional que pediu anonimato.