No último ano Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar receberam uma média de 630 tentativas de trotes por dia na região de Campo Grande. Os dados são do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) que atende os números 190 e 193. De acordo com o major do Corpo de Bombeiros, Danilo Santos Moreira Leite, chefe da Seção de Estatística e Planejamento do Ciops, no ano passado, foram registradas 3.400 chamadas diárias para o Ciops, 18.5% eram tentativas de trotes.

 “Há a tentativa de trote, quando tentam convencer o atendente de que está acontecendo alguma coisa, fazem brincadeiras e há os trotes consumados, em que são envidas viaturas para o local, mas o número de trotes consumados é irrisório”, afirma.

No atendimento da chamada, os atendentes são treinados para identificar a situação de acordo com as características com perguntas estratégicas. Além das tentativas de trote, outro problema, são os casos de mau uso do serviço. Pessoas que ligam para os telefones de emergência para pedir informações sobre assuntos diversos, pois a ligação é gratuita.

Também há casos de pessoas que ligam para pedir o telefone de órgãos públicos, informações sobre o pagamento do salário dos funcionários públicos. “De cada dez chamadas, três são ocorrências”, diz. Ainda conforme o major do Corpo de Bombeiros, o número de tentativas de trotes vem se mantendo estável nos últimos anos. A maior parte dos trotes, segundo os levantamentos feitos pelo Ciops são de crianças, principalmente nos horários de entrada e saída das escolas e nas férias no período da tarde.

Nos casos de mau uso e de tentativas de trote, os atendentes do Ciops tentam liberar a linha o mais rápido possível para não haver prejuízo do atendimento de outras ocorrências. Cada vez uma linha de emergência é ocupada com uma tentativa de trote, uma pessoa que realmente precisa do serviço pode ser prejudicada.

“Quando uma linha fica ocupada, uma pessoa que realmente necessita pode ter que ficar esperando finalizar o atendimento do trote. Caso haja deslocamento de uma viatura, há o desperdício de dinheiro público e uma pessoa que precisa do atendimento também pode ter que ficar esperando”, finaliza.