O dólar fechou em alta nesta terça-feira, após indicadores econômicos fortes sobre os Estados Unidos darem força a expectativas de o Federal Reserve adotar um tom mais duro sobre o futuro da política monetária. A moeda subiu 0,40%, a R$ 2,2267 na venda, após recuar 0,61% na véspera. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,1 bilhões.

“Os dados dos EUA provocaram um pequeno ajuste no dólar em escala global e o real acabou refletindo isso, na ausência de outros direcionadores”, afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. A confiança do consumidor norte-americano e as vendas de novas moradias nos EUA vieram melhores do que o esperado. Os indicadores reforçaram a percepção de que a recuperação da maior economia do mundo segue forte, num momento em que o banco central norte-americano reduz suas medidas de estímulo e discute um eventual aumento na taxa de juros.

Nesse contexto, o dólar fortaleceu-se contra moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano. No Brasil, o dia foi marcado por oscilações pequenas no câmbio, saindo de R$ 2,2130 na mínima a R$ 2,2272 na máxima, comportado dentro da de R$ 2,20 a R$ 2,25. Boa parte do mercado acredita que o BC não quer cotações acima de R$ 2,25 devido aos potenciais impactos sobre a inflação decorrentes do encarecimento de bens e insumos importados. Por outro lado, o dólar abaixo de R$ 2,20 prejudicaria as exportações e, por isso, desagradaria a autoridade monetária.

Uma das principais razões para o dólar estar operando preso a essa banda é o programa de intervenção diária do BC. Os operadores aguardam agora o detalhamento da extensão do programa, que tinha duração prevista para até o fim de junho, mas a autoridade monetária já informou que ele será prorrogado. Segundo informações de dentro do governo obtidas pela Reuters no dia do anúncio da extensão do programa, o volume ofertado de contratos de swap cambial, equivalentes a venda futura de dólares, deve ser reduzido em relação aos 4 mil papéis colocados por dia atualmente.

Nesta manhã, o BC vendeu toda a oferta de swaps cambiais na ração diária, com os contratos vencendo em 2 de fevereiro de 2015 e volume equivalente a US$ 198,7 milhões. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de junho mas não vendeu nenhum. Em seguida, vendeu a oferta total de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. Ao todo, já rolou pouco mais de 70% do lote total, que corresponde a US$ 10,060 bilhões. Após o fechamento dos mercados, o BC anunciou que fará mais um leilão de até 4 mil contratos de swaps, além de ofertar até 10 mil para a rolagem na quarta-feira.