Casal de “irmãos” nega ter matado caseiro a enxadada na Chácara dos Poderes

Casal de “irmãos” nega ter matado caseiro a enxadada na Chácara dos Poderes

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Casal de “irmãos” nega ter matado caseiro a enxadada na Chácara dos Poderes

Jairo Prado Marin, de 33 anos, e Leda Barbosa Loredo, de 38 anos, foram levados a julgamento pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (23), pelo crime de homicídio doloso, com intenção de morte, qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa do caseiro Ademir Gonçalves, de 48 anos. Os réus, que afirmam serem irmãos, porém têm pais e mães diferentes, negam a autoria do crime. 

Pelo menos cinco homens e duas mulheres compõem o conselho de sentença, que vão decidir sobre a culpabilidade de cada um. A acusação feita por Humberto Lapa Ferri questionou o parentesco dos suspeitos, o uso de entorpecentes e a insanidade mental alegada nos autos. 

Os dois são souberam explicar porque são irmãos e apenas Leda confirmou não ser usuária de drogas. Já os laudos médicos afirmaram que ambos não têm problemas psiquiátricos. Apesar disso, a suspeita contou que toma remédio controlado e que tem problemas, porém não soube dizer qual é o nome da medicação e qual seria o distúrbio. 

Mesma desculpa alegada pelo suposto irmão. Que contou que no dia seguinte ao crime, foram até a chácara, onde o caseiro estava morto apenas para reconhecer o local. Não explicando porque estaria com o celular da vítima. 

CONTROVÉRSIAS 

Os dois foram ouvidos em momentos distintos pelo juiz substituto, Idail de Toni Filho, que ocupa da 2ª Vara. Leda por diversas vezes repetiu que era inocente e que foi agredida pelos policiais e a até mesmo por outro magistrado, durante a audiência de instrução e julgamento, a confessarem o crime. 

Ela contou que não viu o corpo da vítima, mas que o irmão foi sozinho ao local e furtou um aparelho de celular, que já havia sido negociado para a venda. Em muitas das perguntas feitas pelo juiz substituto e pelas partes, ela se contradizia. 

RELACIONAMENTO 

Foi apurado no processo que Leda teria um relacionamento com a vítima, considerado extraconjugal, pois Ademir era casado e o local onde morreu seria o trabalho. Além disso, a mulher mantinha relação com outras pessoas, em troca de dinheiro. 

Foi descoberto que, Leda estava acompanhada de Ademir em um bar nas proximidades do Parque dos Poderes, região nordeste de Campo Grande, durante a tarde e início da noite do dia 25 de novembro de 2012. Ao escurecer, ela o acompanhou até a casa dele,  com Jairo, para continuarem a beber. 

No local, o caseiro teria dado em cima da suspeita, que pegou uma enxada e desferiu um golpe na garganta da vítima. Em seguida, Jairo pegou outra enxada e golpeou a cabeça de Ademir por diversas vezes. 

DEFESA 

Eles dizem que estavam na casa da mãe de ambos e que por isso não teriam cometido o crime. Além disso, que o sangue encontrado nas roupas deles e que foram lavadas, seriam deles mesmos e não do caseiro. Por conta disso, o defensor público, Ronald Calixto Nunes, que advogado de Leda e Jairo afirmam que eles foram perseguidos pela família da vítima. 

“Não há provas nos autos que mostrem que realmente foram eles, o que mostra é que Leda tinha um relacionamento com a vítima e que por isso os policiais chegaram até ela. Já o irmão foi acusado porque já tem passagem”, alega. 

Jairo admitiu ter passagem por homicídio, cometido no município de Ponta Porã, e que já pagou pelo crime. Além de tráfico de drogas. 

A descrição de como ocorreu o crime dentro do imóvel foram revelados pelos suspeitos e constatado em laudos realizados pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). Os dois estão detidos nos presídios masculino e feminino de Campo Grande.

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