Enquanto o brasileiro discute se vai ou não ter Copa, os chilenos já estão com a bandeira na mão e quase com o pé na estrada para torcer para a melhor seleção do país dos últimos tempos.

Cerca de 60 mil chilenos devem vir ao Brasil, número que deve ser inferior apenas aos dos torcedores da rival Argentina. A euforia já criou pelo menos um grande marco, a maior caravana do Mundial, segundo os próprios chilenos. No próximo dia 7, um inédito comboio de 800 carros, muitos deles trailers, vai deixar Santiago, cruzar a Argentina e invadir o Brasil.

Segundo uma das organizadoras, Paulina Tanaka, 500 carros deixam Santiago e os 300 restantes vão se juntando ao comboio pelo caminho. São 3 mil chilenos que vão pernoitar em grandes campings e até fazer uma festa nas ruas de Belo Horizonte, cidade onde a seleção chilena ficará hospedada durante a competição.

A caravana, que surgiu em um grupo de amigos, ganhou página no Facebook e site na internet, vai percorrer 10 mil quilômetros em 26 dias. Fará três paradas na Argentina até entrar no Brasil. Pernoita em Dourados, do dia 10 para o dia 11 de junho, quando chega a Cuiabá , onde no dia 13 a seleção chilena estréia contra a Austrália. A invasão chilena, inclusive, já virou um dos grandes temas da cidade e da mídia local nas últimas semanas. Depois a rota inclui Itumbiara, Belo Horizonte, Rio de Janeiro (Chile x Espanha) e São Paulo (Chile x Holanda).

De acordo com os organizadores, cada carro gastará em média cerca de R$ 3.330 em gasolina e R$ 300 reais em pedágio. E cada torcedor desembolsará cerca de R$ 1.000 em alojamentos e comida. Um grupo avançado dos organizadores, entre eles Alberto Schmidt, com o qual este blog teve contato, está no Brasil esta semana acertando detalhes das paradas e contatando órgãos responsáveis pelas estradas que serão percorridas.

Em São Paulo, por exemplo, o comboio de carros estacionará na área da Expoamericana, na cidade de Americana. Cada carro pagará diária de R$ 15. Todos os lugares selecionados para as paradas contam com segurança, banheiros, duchas e eletricidade. Em todas os acampamentos, haverá ônibus para os estádios e para pontos turísticos da região.

Sobre os temores de enfrentar manifestações pelo caminho durante o período, os chilenos despistam. Mas sabem muito bem o que vão encontrar durante a rota. Claudio Iturra, jornalista chileno especializado em viagens, avalia: “as estradas brasileiras são mal sinalizadas, estreitas e com muitos caminhões. São perigosas as estradas brasileiras”.