A partir de hoje (17) as operadoras de telefonia com operação no Brasil começam a testar um sistema para bloquear telefones celulares piratas (que não são homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações).

Em Campo Grande, esses aparelhos continuam funcionando normalmente, apesar da homologação da Anatel. De acordo com a agência, o objetivo é garantir que os aparelhos celulares em uso no Brasil sigam as determinações estabelecidas.

Segundo Tiago José da Silva, que tem uma banca de assistência técnica no Camelódromo, é a melhor determinação da Anatel porque vai melhorar para as assistências técnicas, bem como vai gerar impostos para o país.

Silva explica que o bloqueio ocorrerá pelo número do IMEI do aparelho. Quando uma pessoa compra o aparelho é enviado um sinal identificando um número único de identidade do telefone celular. O cadastro nacional desse dado será cruzado com o dos chips (IMSI), permitindo que as operadoras identifiquem se o aparelho é “legítimo”, caso não seja ele será bloqueado.

O técnico também explica que quando ocorrer um erro de bloqueio do aparelho basta procurar a operadora de telefonia, munido com a nota fiscal para efetuar o desbloqueio. “Se o celular for original e acontecer esse erro de bloqueio e operadora se encarregará de desbloqueá-lo, desde que esteja dentro das regulamentações da Anatel”, esclarece.

Para André da Silva Manoel, assistente técnico, a medida só vai melhorar para todos. De acordo com ele, desde que os celulares piratas entraram em circulação a qualidade do serviço só piorou. Ele explica que esses aparelhos só dão dor de cabeça porque quando vêm para assistência, muitos não se encontram nem peças para trocar. “Aparelho importado falso só dá trabalho, quebra à toa e muitas vezes não encontramos nem peças para consertar”, alega.

Manoel também explica do perigo que esses aparelhos trazem para a saúde de quem o utiliza. “Não sabemos como é o controle de qualidade desses aparelhos e um aparelho de celular importado tem o perigo da radiação que é danosa para a população”, alerta.

Um que não ficou feliz com a notícia foi o vendedor Edson Assunção, que trabalha em uma banca de aparelhos celulares. Ele comenta que as vendas irão cair se esses aparelhos forem bloqueados. Mas também admite que será bom porque vai padronizar os produtos e garantir um produto de qualidade.

Conforme o vendedor, tem muitas pessoas que compram esses aparelhos por causa do preço ser bastante acessível. “Muita gente não tem condições de comprar um celular original e o pessoal vem aqui por causa do preço mesmo. Um celular, por exemplo, de três chips custa em média R$ 100”, esclarece.

O estudante Rafael Cruz, de 22 anos, pretendia comprar um celular mais moderno, mas sua primeira opção seria um importando. O jovem não sabia do bloqueio e disse então que vai guardar dinheiro e comprar um dentro das normas da Anatel. “Eu não sabia que esses celulares do Paraguai seriam bloqueados, mas se for assim não vou gastar com um aparelho que não vai funcionar depois”, afirma.

Rafael contou que nesta manhã sua vizinha o chamou para ver porque o seu celular não fazia ligações. Ele disse que o aparelho estava sem sinal. “Minha vizinha tem um celular importado e não estava fazendo ligação, só dava sem torre. Mas deve ser por isso que não estava funcionando já deve ser o bloqueio e eu nem sabia”, explica.

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