Britânica dá a luz após 20 abortos espontâneos
Uma mulher que sofreu 20 abortos espontâneos ao longo de 10 anos conseguiu ter um filho após se submeter a um tratamento originalmente destinado a combater malária e artrite reumatoide. A britânica Kelly Moseley havia sofrido 11 abortos espontâneos, todos por volta da 8º semana de gestação, quando resolveu procurar um especialista que viu na […]
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Uma mulher que sofreu 20 abortos espontâneos ao longo de 10 anos conseguiu ter um filho após se submeter a um tratamento originalmente destinado a combater malária e artrite reumatoide.
A britânica Kelly Moseley havia sofrido 11 abortos espontâneos, todos por volta da 8º semana de gestação, quando resolveu procurar um especialista que viu na televisão falando sobre o seu trabalho com mulheres que sofrem abortos recorrentes.
Hassan Shehata descobriu que Moseley estava sendo atacada por “células assassinas naturais” encontradas em seu corpo.
Inicialmente, Moseley continuou a sofrer abortos espontâneos – incluindo a perda de dois bebês aos cinco meses de gestação – até que, um ano após ter começado a tomar o hidroxicloroquina, ela descobriu que estava grávida.
“Células assassinas naturais podem ser reduzidas, para algumas mulheres, com esteroides – mas no caso de Moseley isso não funcionou, então tentamos um tratamento antimalária, que também reduz o sistema imunológico,” explicou Shehata sobre a decisão de tratá-la com hidroxicloroquina.
Tyler nasceu em abril de 2013, e hoje tem nove meses de vida.
Células assassinas
Shehata e seus colegas tinham passado muitos anos pesquisando porque o sistema imunológico de algumas mulheres rejeitam a gravidez, e seu trabalho foi focado em “células assassinas naturais”, que estão presentes nas células brancas do sangue de todas as pessoas.
Ele disse: “Nós descobrimos que as células assassinas naturais de algumas mulheres são tão agressivas que atacam a gravidez, pensando que o feto é um corpo estranho – e isso é o que estava acontecendo com Moseley.”
Shehata disse que Kelly foi a primeira paciente a receber o tratamento com hidroxicloroquina em forma de comprimido.
Moseley, finalmente, ficou grávida de Tyler e, embora tenha tido uma gravidez complicada – ela teve pré-eclampsia, um aumento da pressão arterial – ele nasceu com segurança entre 28 e 29 semanas de gestação, pesando pouco menos de 1,5kg.
Não é para todos
“Eu ainda não posso acreditar que Tyler está aqui”, disse Moseley.
“Eu simplesmente me recusei a desistir, e espero que a nossa história incentive outras mulheres.”
“Eu nunca vou esquecer os bebês que perdi, mas Tyler faz tudo valer a pena.”
Moseley tentava engravidar desde que se casou em 2002.
Shehata disse à BBC que ele, desde então, tratou entre 10 e 15 mulheres com o remédio e descobriu que a taxa de sucesso foi de 70%.
“É importante dizer que não é um Santo Graal, não é para o tratamento de todos.”
“Mas o hidroxicloroquina demonstrou ser muito seguro na gravidez.”
Tyler passou muito tempo em uma unidade de cuidados especiais para bebês antes de ir para casa. Mas ele agora se prepara para comemorar seu primeiro aniversário cercado por toda a família.
Um porta-voz do Royal College de Obstetras e Ginecologistas disse que ficou “interessado” em saber que esta droga pode ajudar mulheres que sofrem abortos recorrentes, que tendem a ter problemas com o seu sistema imunológico, mas ressaltou que esta não era “prática comum”.
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