As importações de petróleo e derivados superaram a marca de 40 bilhões de dólares em 2013, em uma tendência que tem feito estragos na balança comercial brasileira e no caixa da Petrobras (PETR4) nos últimos anos.

O déficit da conta petróleo saltou para US$ 20,277 bilhões (cerca de R$ 48,19 bilhões) em 2013, ante déficit de US$ 5,379 bilhões (R$ 12,78 bi) em 2012, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior divulgados nesta quinta-feira (2).

As importações de petróleo bruto subiram 20,8% em 2013 para US$ 16,32 bilhões (R$ 38,84 bi), contribuindo para que o Brasil fechasse o ano com o pior desempenho comercial em mais de uma década.

As compras externas dos demais produtos da cadeia, como combustíveis e lubrificantes, tiveram aumento de 9,5%, atingido US$ 24,18 bilhões (R$ 57,54 bi) em 2013.

Nos últimos anos, o Brasil passou de exportador a importador de gasolina para dar conta do aumento da frota de veículos, que cresceu expressivamente.

O país também é deficitário em óleo diesel, derivado que responde por boa parte das compras externas da Petrobras. As importações têm afetado os resultados da Petrobras, já que a estatal não repassa para os consumidores o custo total das aquisições no exterior.

Exportações

Além de elevar expressivamente importações de gasolina e diesel, a Petrobras reduziu as exportações de petróleo porque precisou aumentar a carga processada em suas refinarias no Brasil.

A estatal bateu em 2013 sucessivos recordes de refino com o aumento da produção de derivados, com refinarias chegando a operar quase que no limite de sua capacidade instalada.

As exportações de petróleo bruto somaram US$ 12,96 bilhões (R$ 30,84 bi) em 2013, com queda de cerca de 36 por cento ante 2012. As exportações de óleos combustíveis caíram cerca de 23%, para US$ 3,87 bilhões (R$ 9,21 bi).

A produção de petróleo da Petrobras ficou estagnada em 2013 em meio a paradas de manutenção de suas plataformas. Normas de funcionamento mais rígidas da agência reguladora tornou as paradas mais frequentes nos últimos anos.

A produção, porém, deve crescer em 2014, com a entrada em operação de várias unidades, com boa parte do aumento da extração no pré-sal.

A expectativa do governo é que, com melhores perspectivas na produção, o déficit seja reduzido.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,561 bilhões (R$ 6,10 bi) em 2013, no pior resultado comercial desde 2000.