Já tradicional entre torcedores, principalmente em época da Copa do Mundo, os bolões são ingredientes extras que servem para ampliar a expectativa dos torcedores e alívio para o ganhador .

Os bolões acontecem entre companheiros de trabalho, amigos de bar e moradores de condomínios. Existem várias modalidades de bolões, como aquele no qual participam apenas 32 pessoas. Antes do início da Copa foi feito um sorteio das seleções participantes e aquele que ficou com a seleção que conquistar o título, será o ganhador do bolão

No entanto,o mais comum é aquele no qual os palpites são dados a cada partida e o total de dinheiro arrecadado é repassado para quem cravar o resultado do jogo. É neste último caso que se encaixa Thiago Silva Pereira, o Kalunga, integrante do Corpo de Bombeiros e síndico do Condomínio Afonso Pena.

Ele é o responsável em coletar os palpites dos interessados. No jogo do Brasil contra o México, 74 pessoas participaram.”A princípio seriam apenas os moradores, mas aos poucos a notícia se espalhou e acabaram participando amigos, familiares e até mesmo o carteiro”,afirmou .

O único ganhador foi o cabo do Corpo de Bombeiros Luiz Fernando, de 56 anos. “Foi um dinheiro que chegou em uma boa hora. É uma brincadeira sadia e valeu a pena participar”, afirmou satisfeito. Para o jogo desta segunda-feira, cravou o palpite seco de 3 a 0 para o Brasil diante de Camarões.

Já o comerciante Orisvaldo, conhecido como Baiano, de 50 anos, aproveita os jogos do Brasil para reunir sua clientela diante de um telão que instala no bar e aproveita também para fazer o bolão.

No jogo do Brasil contra o México 23 torcedores participaram do bolão e ninguém acertou. “Neste caso o combinado é que o dinheiro fique com a casa e eu fiz um churrasco pra rapaziada”, afirmou.

Embora seja uma “ação entre amigos”, nada impede que golpes sejam dados nas confecções de bolões. Não há nenhum registro de casos desta natureza, mas existe a possibilidade de o responsável pelo bolão não cumprir o combinado e desaparecer com o dinheiro arrecadado, não repassando para o ganhador . “Normalmente é uma brincadeira entre amigos e que não envolvem quantias muito altas. No entanto, tudo é possível. Neste caso específico, de o responsável desaparecer com o dinheiro arrecadado, quem se sentir prejudicado pode ingressar com uma queixa de estelionato”,afirmou o delegado plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário- Depac Centro,Luiz Thomaz Paula Ribeiro, que está há 14 anos na polícia e afirma nunca ter registrado ocorrência desta natureza.