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Veterano de 6 Copas, torcedor aventureiro vê Copa das Confederações ‘sem clima’

O aposentado paulista Carlos Alberto De Valentim, de 70 anos, aguarda com ansiedade a chegada da Copa do Mundo do ano que vem. O torneio, disputado “em casa”, será sua sétima Copa como espectador – e a quarta delas viajando em uma Kombi transformada em moradia. Com o Brasil como anfitrião, Valentim leva pela primeira […]
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O aposentado paulista Carlos Alberto De Valentim, de 70 anos, aguarda com ansiedade a chegada da Copa do Mundo do ano que vem. O torneio, disputado “em casa”, será sua sétima Copa como espectador – e a quarta delas viajando em uma Kombi transformada em moradia.

Com o Brasil como anfitrião, Valentim leva pela primeira vez sua Kombi a uma Copa das Confederações, o torneio disputado entre campeões continentais e que serve, desde 2001, como ensaio para o país anfitrião do mundial do ano seguinte.

Depois de passar por , onde o Brasil abriu a competição contra o Japão, no dia 15 de junho, e por Belo Horizonte, onde foi disputada a semifinal entre Brasil e Uruguai, na quarta-feira, ele finalmente chegou ao , onde Brasil e Espanha disputam a final no domingo.

“Achei o clima nas ruas um pouco frio. Falta aquele clima de Copa, com bandeiras por todos os lados, aquela coisa que estamos acostumados”, disse.

Para Valentim, ou Nenê, como é conhecido, a aparente apatia dos brasileiros em relação à competição não tem relação com o clima de insatisfação que vem levando centenas de milhares de pessoas às ruas em grandes protestos. “Acho que é mais por causa da importância do torneio. Ninguém está ligando muito para esta Copa das Confederações”, diz.

“Para a Copa do Mundo do ano que vem, espero uma grande festa aqui, e que o governo consiga resolver os problemas apontados pelas manifestações.”

‘Turista comum’

Ex-executivo da indústria fonográfica, Nenê acompanhou sua primeira Copa do Mundo em 1982, na Espanha, como um “turista comum”, aproveitando suas férias no trabalho.

Mas tomou gosto pela coisa e em 1986, após ter deixado o emprego de mais de uma década, juntou suas economias e o que havia ganho na rescisão contratual para comprar uma Kombi e enfrentar meses de estrada até chegar ao México para a competição daquele ano.

“Naquela viagem, fui acompanhado de mais um amigo e gastamos somente US$ 5 mil (cerca de R$ 11 mil, em valores atuais) para toda a viagem. Guardávamos o dinheiro, sem saber o que ia acontecer lá na frente, e acabamos não gastando quase nada.”

Sem ingressos para os jogos, ainda assim diz ter conseguido ver todos os jogos do Brasil. “Entrávamos sambando e cantando no estádio, dizendo que os ingressos estavam ‘lá atrás’, e ninguém nos barrava”, conta, com orgulho.

De volta a São Paulo e à vida normal de trabalhador, perdeu a Copa de 1990, na Itália, por conta de compromissos no trabalho. Mas em 1994 comprou uma nova Kombi e voltou à estrada para rodar 54 mil quilômetros e chegar aos Estados Unidos a tempo de ver a seleção brasileira de Romário e Bebeto campeã do torneio pela quarta-vez.

Graças à exposição que conseguiu na mídia com suas aventuras, Nenê garantiu o patrocínio de uma empresa de materiais de construção e embarcou sua Kombi para a Europa, onde rodou até chegar à França para a Copa de 1998. De lá, seguiu viajando por nove meses, passando pela Ásia e pelo Oriente Médio.

Para 2002, não conseguiu patrocínio e desistiu de ir ao Japão e à Coreia do Sul, por causa do alto custo da viagem. Acabou perdendo a oportunidade de ver o Brasil pentacampeão.

Em 2006 e 2010, foi à Alemanha e à África do Sul, mas novamente como “turista comum”, sem a Kombi. Mas com a escolha do Brasil para sediar o mundial do ano que vem, ele resolveu tirar o veículo da garagem para uma nova aventura.

Distâncias

Assim como a Copa das Confederações serve como ensaio para a Copa do Mundo para o país anfitrião, o atual torneio tem sido um teste também para Nenê e sua Kombi.

E ele já identificou um dos grandes problemas da competição: a distância entre as cidades-sede, que deve se agravar em 2014, com a inclusão de mais seis cidades, incluindo Manaus e Porto Alegre, distantes quase 4.500 quilômetros por terra.

Nesta Copa das Confederações, deixou de ir a Fortaleza e Salvador, onde o Brasil disputou a segunda e a terceira partidas da primeira fase. “A Kombi é muito lenta, não teria tempo de ir e voltar”, lamenta.

Das viagens pelo mundo, Nenê conta ter feito grandes amizades, incluindo algumas que lhe acompanham em trechos do caminho. Ou outras que compartilham sua vontade de viajar e cujos caminhos se cruzam com os seus.

“Na África do Sul, depois que o Brasil foi desclassificado, conheci uma família do México, que também já havia perdido, e ficamos lá nos divertindo, fazendo festa. E para minha surpresa, reencontrei-os de volta na quarta-feira em Belo Horizonte, por acaso, na frente do estádio”, conta.

Para Nenê, ainda é cedo para dizer o que acontecerá no ano que vem, mas diz que não hesitaria em recomendar aos turistas estrangeiros que venham para a Copa em 2014.

“Mas só não recomendo que eles vejam TV ou leiam as notícias sobre o país, senão vão pensar que aqui é só violência, que as mulheres vão ser estupradas em vans”, diz.

“Já vim várias vezes ao Rio de Janeiro, nunca tive nenhum problema por aqui, mas quem vê o noticiário pensa outra coisa.”

Solteiro e sem filhos, ele se considera uma pessoa de sorte por ter a liberdade de sair pelo mundo, como diz, “praticando a geografia”. “Uso o pretexto do futebol, das Copas do Mundo, para exercer minha verdadeira paixão, que é viajar pelo mundo”, afirma.

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