A dor que ela sentiu, por sorte, e por causa de um grupo de amigos que leram a matéria no Midiamax durou pouco. Sensibilizados com a história da trabalhadora, o grupo arrecadou o dinheiro necessário para comprar outro carrinho

Comovida com o número de pessoas que se propuseram a ajudar, Rosemary Beraldo dos Santos, diz ainda não acreditar que ganhou um carrinho de cachorro-quente novinho para voltar ao trabalho. A mulher que viu o sonho de ser uma pequena empreendedora ruir, ao ter o equipamento queimado durante um acidente em 22 de junho, em frente à Base Área de Campo Grande, volta a ter esperança com a solidariedade das pessoas.

Ela conta que sempre procurou ajudar, tanto que adotou uma garotinha, filha de uma parente distante, porque a mãe teve problemas com drogas e quis dar um destino melhor a menina. A criança, inclusive, foi o grande motivo da mudança de vida da mulher que deixou o trabalho com carteira registrada para poder ficar com a menina, que precisa de cuidados especiais por ter problemas de saúde. “Eu trabalhava no Atacadão de madrugada. Meu marido cuidava dela à noite para eu trabalhar. Aí mudaram meu horário e não tinha quem ficasse com ela durante o dia. Por isso, decidi investir no trabalho autônomo com o carrinho de cachorro-quente. Quando vi tudo queimar fiquei desesperada”, revela.

A dor que ela sentiu, por sorte, e por causa de um grupo de amigos que leram a matéria no Midiamax “Fogo destrói carrinho de cachorro-quente, o sonho de mulher virar empreendedora” durou pouco. Sensibilizados com a história da trabalhadora, Val Reis, Magali Varela, Wylner Santim e Paulo César Sanguina Pinto iniciaram uma campanha no facebook para arrecadar o dinheiro necessário para comprar outro carrinho. A campanha logo sensibilizou outras pessoas. E em aproximadamente uma semana o grupo, com ajuda de outros amigos, conseguiu juntar o suficiente para comprar um carrinho de primeira.

“Ainda não acredito que ganhei um carrinho como esse. Não caiu minha ficha. Eu jamais teria dinheiro para comprar um equipamento assim. O meu era daqueles simplesinho. Não era assim todo chique. Esse aqui tem até lugar para colocar chapa para lanche”, diz, já pensando em incrementar a atividade.

Agora, Rosemary conta que não vê a hora de voltar a trabalhar e recuperar os dias parados. Ela revela que só está esperando o rapaz que se propôs a adesivar o carrinho para voltar ao batente. Ela acredita que hoje já deve resolver tudo e já à noite volta para o ponto, que fica na Júlio de Castilho, em frente à Universidade Anhanguera-Uniderp.

O empreendimento que não tinha nome, agora foi batizado. E o cachorro-quente da Rosemary agora é “Amigos do cachorro-quente”, uma pequena homenagem a todos que de alguma forma contribuíram para o sonho dela e da família não morrer.

Ela revela ainda que diante da dádiva recebida quer retribuir, e assim que reorganizar as finanças vai fazer um dia de cachorro-quente grátis para devolver parte do que está recebendo. “Não sei ainda o dia certinho, porque preciso recuperar esses dez dias parados. Mas, assim que eu puder vou fazer um dia grátis, quero distribuir 100 cachorros quentes como agradecimento a tudo que estou recebendo”, finaliza.

O caso

A vendedora de cachorro-quente teve o equipamento queimado no sábado (22 de junho), em frente à Base Área de Campo Grande. Ela largou o emprego há dois meses. A família tem no empreendimento a única fonte de renda.

Na data do acidente, Rosemary contou que estava se organizando para trabalhar até tarde, pois era dia de Portões Abertos na Base. Ela disse ter ficado sem saber o que fazer com a destruição do carrinho, pois o empreendimento é o sustento de toda a família.

“Tenho quatro filhos. Uma menina pequena, que acabamos de adotar, e que preciso ficar com ela. Deixei o trabalho por causa disso. E agora?”, questionou emocionada.