O Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão), de oposição, sinalizou estar disposto a se juntar aos conservadores da chanceler alemã, Angela Merkel, em uma “grande coalizão”, ao reduzir a demanda eleitoral por elevação de impostos para os ricos.

Duas semanas depois de perderem a eleição para Merkel, líderes do SPD pararam de falar de maneira depreciativa sobre se tornarem parceiros da chanceler novamente — um ingrato papel de coadjuvante que os sociais-democratas desempenharam entre 2005 e 2009, e que culpam pelo queda na popularidade do partido.

No entanto, resta saber se membros históricos do SPD vão apoiar uma coalizão ampla, devido ao temor de que a imagem do mais antigo partido alemão possa se deteriorar ainda mais em um governo liderado pela popular Merkel.

Os conservadores se firmaram como força dominante na eleição de 22 de setembro, mas não conseguiram a maioria para governar sozinhos, ocupando 311 cadeiras no Parlamento de 630 assentos, enquanto o SPD ganhou 192. Os Verdes, outro possível parceiro de Merkel, conseguiram 63 lugares e o radical A Esquerda, 64.

Mantendo a pressão sobre o SPD, os conservadores da União Democrata-Cristã (CDU) e seus aliados da Baviera, a União Social-Cristã (CSU), vão se reunir com os Verdes na quinta-feira para negociações especulativas antes da segunda reunião com líderes do SPD, na próxima segunda-feira.

Negociações mais definitivas seja com o SPD, de centro-esquerda, ou com os Verdes podem ter início em meados de outubro e durar um mês ou mais.

Após uma primeira reunião com Merkel e líderes conservadores na sexta-feira, o presidente do SPD, Sigmar Gabriel, e seus aliados reduziram abruptamente o tom de suas demandas por imposto maiores, dizendo que não se tratava de proposta irredutível, caso os conservadores consigam encontrar outras maneiras de aumentar o financiemento para a infraestrutura, educação e municípios.