Cláudio Bravo, sobrinho e ex-assessor do prefeito Ruiter Cunha, foi o oitavo indiciado pela Polícia Federal nas investigações da Operação Cornucópia, que investiga o suposto desvio de dinheiro público na cidade de Corumbá, a 425 quilômetros de Campo Grande.

Ele vai responder por crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, falsidade ideológica e uso de documento falso, pois utilizava holerite adulterado para conseguir benefícios no valor do empréstimo consignado.

Na última quarta-feira (11), Bravo esteve na delegacia da Polícia Federal de Corumbá, prestou depoimento e foi liberado. Além dele já estavam indiciados Wilson Fernandes Pereira, ex-gerente de RH; Luciano Silva de Oliveira, ex-chefe de gabinete do prefeito e ainda Rubens Ney Martinez de Moraes e Ênio Castelo, ex-assessores do prefeito sendo o último atualmente vereador pelo PT na cidade. O nome dos demais envolvidos são mantidos em sigilo.

Segundo o delegado Alexandre do Nascimento, delegado chefe da delegacia da Polícia Federal em Corumbá, até o final do inquérito deverão ser indiciadas de 80 a 85 pessoas incluindo o ex-prefeito Ruiter Cunha.

“Vamos continuar analisando uma vasta documentação, e já pedimos a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos. Temos até fevereiro de prazo para encerrarmos os trabalhos, mas como é muito documento para analisarmos, acredito que será necessário prorrogar este prazo”, afirmou o delegado.

Operação

A Polícia Federal, em ação conjunta com a 5ª Promotoria de Justiça de Corumbá, deflagrou no dia 13 de novembro, a Operação Cornucópia, para combater uma quadrilha de funcionários públicos municipais que fraudavam sistemas de controle de folha de pagamento, com a finalidade de liberar margem consignável para contratação de empréstimos, os quais, liberados pelos bancos, eram sacados integralmente e repassados aos organizadores do esquema criminoso.

Estima-se que os recursos públicos disponibilizados, sem controle, para o esquema criminoso investigado seja em torno de R$ 5 milhões.

As investigações iniciais comprovam que as fraudes eram cometidas por mais de uma centena de servidores públicos, no setor de Recursos Humanos da Prefeitura de Corumbá. Alguns organizadores do esquema criminoso inseriam, em sistemas de controle de pagamento dos funcionários, verbas indenizatórias indevidas nos vencimentos dos servidores, o que aumentava falsamente a margem consignável para contratação de empréstimos que, após a liberação dos bancos, eram repassados aos membros da quadrilha.

Foram constatados reiterados empréstimos consignados realizados; todos pagos com verba pública não devida aos funcionários, criadas artificiosamente apenas para fomentar o esquema criminoso.

Cornucópia é o símbolo da abundância na mitologia grega e deu nome à operação em alusão à riqueza criminalmente obtida pelos envolvidos.