A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) reuniu na manhã desta terça-feira (22), na S.S.C.H. (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária), líderes comunitários e conselheiros de saúde para apresentar os últimos números da em Campo Grande. Até o fim da tarde de ontem, 9.646 casos haviam sido notificados. Mais do que todo o ano de 2012 – 8.040 casos.

A situação é grave e preocupa as autoridades que têm se mobilizado para enfrentar a epidemia que pode vir a ser a maior que a cidade já passou. Segundo as estimativas da secretaria, janeiro deve fechar com mais de 15 mil casos notificados. Em 2007, quando a Capital passou pela pior epidemia, até então, foram registrados 12.192 casos no mesmo período.

A secretaria alertou que apenas em janeiro deste ano, duas pessoas podem ter morrido vítimas da dengue. Os casos não estão confirmados, mas a investigação está aberta. De janeiro a dezembro de 2012, três pessoas morreram vítimas da doença.

Neste necessário, cuidados com a limpeza, com o acumulo de água são mais que primordiais. Pois, apenas combatendo o foco do mosquito é possível evitar a proliferação.

Alcides Ferreira, coordenador municipal de Controle de Vetores do CCZ (Centro de Controle de Zoonoze) explica que as ações individuais são indispensáveis para combater a doença. “Cada um tem que cuidar da limpeza da sua calha, da dágua, observar se está bem fechada, das plantas, de todos os lugares que pode ter acúmulo de água e tornar-se depósito de ovos para o mosquito”, explicou.

Combate

Para combater a doença, a prefeitura já borrifou mais de 7.635 quarteirões em Campo Grande. Além disso, conseguiu alvará na Justiça para poder abrir imóveis fechados ou abandonados e fazer a limpeza. Ontem, na primeira casa aberta foi encontrado focos do mosquito.

A prefeitura realizou no último domingo (20) concurso para agente de combate a endemias e agente comunitário de saúde, foram cerca de 100 disponibilizadas para convocação imediata.

Falta de ação

O secretário de saúde, Ivandro Fonseca, ressaltou o trabalho das equipes de saúde da prefeitura e disse que os servidores são os verdadeiros heróis do combate à dengue. “Nós temos presenciado, diariamente, a luta dos servidores públicos municipais para minimizar essa problemática – verdadeiros heróis”, pontuou.

Ivandro mostrou-se revoltado com a falta de ação do governo anterior e disse que entre janeiro e abril do ano passado já havia sinalização do que seria enfrentado este ano. Segundo ele, faltou ação da administração passada para combater o problema. “Não foram feitas ações preventivas. No ano passado, o limiar endêmico – média dos últimos dez anos – indicava um aumento de 50% de infestação. E nada foi feito para evitar a situação que vivemos hoje”, lamentou.