Sem solução para alta complexidade em MS, pacientes serão encaminhados para UPAs

Com o fechamento do Pronto Atendimento Médico do Hospital Universitário, hospitais precisarão mudar estratégia de encaminhamento de pacientes para atendimento de baixa complexidade. Mesmo assim, faltam leitos para atender a população.

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Com o fechamento do Pronto Atendimento Médico do Hospital Universitário, hospitais precisarão mudar estratégia de encaminhamento de pacientes para atendimento de baixa complexidade. Mesmo assim, faltam leitos para atender a população.

Os secretários de Saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca e do Estado, Antônio Lastória, além dos diretores do Hospital Universitário, Hospital Regional e Hospital São Julião estiveram em reunião nesta terça-feira (30) e discutiram por mais de quatro horas como desafogar os hospitais, já que o PAM do HU foi interditado pela Vigilância Sanitária.

Com déficit de 973 leitos em Campo Grande, de acordo com o secretário municipal, e impedimento de novas internações no Hospital Universitário, o recebimento de pacientes de baixa complexidade ficará nas mãos das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento).

Mas o maior problema enfrentado pelo Estado são a média e alta complexidade, cuja responsabilidade ficará dividida agora somente entre a Santa Casa e Hospital Regional, que já vivem superlotados. Para o secretário estadual, o importante é assistir o paciente. “E isso será feito principalmente nas unidades 24 horas do município”.

Problema antigo

Para Ivandro Fonseca, o problema da falta de leitos é antigo. “Campo Grande tem um déficit de 973 leitos. Não é um problema de hoje nem que veio com o fechamento do pronto atendimento do Universitário. Os postos estão sem reforma e com equipamentos estragados”, ressaltou.

Lastória não acredita que a falta de leitos seja o grande problema. “Mesmo com o HU aberto falta lugar para internar, Campo Grande e o Brasil vivem o problema do trauma. Mas temos que ter cautela ao falar que a cidade precisa de mais leitos. Em um dia, a cidade está com o pronto atendimento vazio e no outro são mais de trinta pacientes”, argumentou.

Pacientes cardíacos

O grande problema que a gestão estadual e municipal devem enfrentar agora é onde internar os pacientes da média e alta complexidade. Em um levantamento rápido, nesta terça-feira, dez pacientes cardíacos precisavam de internação.

“E os dez ficaram nas Unidades de Pronto Atendimento, já que não têm mais vagas na Santa Casa e Hospital Regional, que são referência”, demonstrou Fonseca.

A inauguração do PAM do Regional, prevista para o próximo dia 15 de agosto, não deve desafogar em nada as internações. O secretário estadual explicou que, atualmente, o Regional atende em 47 leitos de internação do pronto socorro.

Com as novas instalações, serão 86 leitos, mas para atender os mesmos pacientes. “Hoje o hospital atende em média 110 pacientes no pronto atendimento, sendo que tem 47 leitos. Com o aumento dos leitos para 86, a mudança será na qualidade do atendimento, mas ainda faltará espaço físico”, explicou.

Estratégia

A reunião definiu que a baixa complexidade será atendida principalmente pelas UPAS. O paciente que precisar de pronto atendimento na Santa Casa deverá ser encaminhado para a UPA do Coronel Antonino. O Hospital Regional deverá regular os pacientes para a Unidade do Aero Rancho e pacientes do Hospital Universitário poderão ser atendidos na UPA do Universitário.

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