Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira () desde que foi criado em 2011, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição Superior Estrangeira (Revalida) este ano teve seu pior percentual de aprovação na primeira fase.

Dos 1.595 candidatos que fizeram a prova em agosto, 155 passaram para a segunda etapa, ou seja, apenas 9,72%. Em 2011, os aprovados na mesma fase foram 14%, em 2012, foram 12,5%.

Campo Grande foi a segunda capital com números de inscritos no Revalida, com 264 inscrições, ficando atrás apenas de São Paulo.

Na Capital sul-mato-grossense, além de brasileiros que fizeram o curso em instituições de outros países, muitos estrangeiros, como paraguaios e bolivianos, também fizeram as provas.

A cada prova, surge a discussão sobre os motivos do alto índice de reprovação e as opiniões são divergentes entre professores, médicos formados no exterior e entidades médicas. A maioria concorda que o motivo da grande reprovação no Revalida é pela má-formação dos profissionais.

O perfil dos inscritos é principalmente de médicos brasileiros de nacionalidade brasileira, que responde pela metade das inscrições, seguida dos bolivianos e peruanos. Já em relação à origem do diploma, a lidera a lista. Na edição deste ano, o número de inscritos com diploma emitido na Bolívia foi de 990.

O Revalida avalia conteúdos e competências das cinco áreas de exercício profissional: cirurgia, medicina de família e comunidade, pediatria, ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Na primeira fase foi aplicada uma prova objetiva de múltipla escolha e questões discursivas.
A segunda fase é uma prova prática, com a simulação de atendimentos médicos usando atores e manequins.

O Revalida não é a única alternativa para os médicos formados no exterior revalidarem o diploma no Brasil. As universidades públicas podem aderir ao exame ou fazer um processo próprio de revalidação, conforme previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Foram 37 instituições que aderiram ao exame este ano.

O Inep informou que a avaliação foi criada como uma estratégia de unificação nacional do processo e é referência de utilização de parâmetros igualitários da formação médica no país, em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Medicina.

Programa
A lei que criou o Programa Mais Médicos prevê que os profissionais com diploma estrangeiro não precisam revalidá-lo para trabalhar no programa. Porém, após o fim do contrato, se o médico quiser trabalhar no país, precisará passar pela revalidação. O programa contratou médicos brasileiros e estrangeiros para atuar em regiões com déficit de profissionais, como no interior do país e nas periferias das grandes cidades.