Quebra-cabeça vale como “ginástica cerebral” para crianças
Fã dos quebra-cabeças desde a infância, a professora Adriana Canejo da Silva sempre estimulou as brincadeiras com esse tipo de jogo com seus dois filhos, hoje com nove e 12 anos. Docente de ensino de matemática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, ela classifica o uso do brinquedo como uma “ginástica cerebral”, um jeito […]
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Fã dos quebra-cabeças desde a infância, a professora Adriana Canejo da Silva sempre estimulou as brincadeiras com esse tipo de jogo com seus dois filhos, hoje com nove e 12 anos. Docente de ensino de matemática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, ela classifica o uso do brinquedo como uma “ginástica cerebral”, um jeito de aprender a fazer escolhas entre várias possibilidades, muito próximo do saber matemático. E por isso mesmo tão útil para o desenvolvimento das crianças.
“Olhar para as peças e avaliar como encaixá-las é estabelecer relações, testar e descobrir entre muitas opções”, afirma a professora Adriana.
Orgulhosa das barreiras que venceu em matéria de quebra-cabeças, Adriana lembra que já deu conta de um modelo com 5.000 peças. Os prediletos ganham moldura e ocupam as paredes de sua casa.
Outra entusiasta desses jogos, Maria Célia Malta acrescenta que eles são desafios que também estimulam a capacidade de observação. Psicopedagoga e vice-presidente da ABBRI (Associação Brasileira de Brinquedotecas), ela destaca que essa é uma característica importante porque, com o maior uso de celulares e tablets, as crianças são estimuladas a responder cada vez mais rápido a tudo desde cedo.
“O quebra-cabeça faz com que elas tenham esse tempo de contemplar, parar para olhar as peças, analisar os detalhes e tomar decisões”, diz Maria Célia.
Diante das peças soltas e jogando sozinhas, as crianças também podem desenvolver sua autonomia. “Não deixa de ser uma preparação para a vida”, diz a psicopedagoga. “Os mais agitados aprendem a se concentrar, e os observadores exercitam ainda mais seu lado analítico.”
Considerando que crianças de variados perfis podem se divertir juntando os pedaços desses jogos, a psicopedagoga lembra aos pais que as diferenças entre os filhos devem ser respeitadas.
“É errado comparar o desempenho de cada um”, diz. “Melhor evitar frases como ‘olha como o seu irmão fez, você deve fazer assim também’. Cada um tem seu jeito, mas todos saem ganhando com esse tipo de brincadeira”, afirma Maria Célia.
Para que o divertimento em família fique ainda mais animado, é possível produzir, em casa, um quebra-cabeça exclusivo. “Basta colar as imagens tiradas de alguma revista, por exemplo, em uma cartolina. E recortar depois, em formatos mais ou menos complexos, de acordo com a idade da criança que vai jogar”, fala Maria Célia.
Faixa etária
Na hora de escolher um jogo do tipo para o seu filho, vale a pena seguir as orientações escritas nas embalagens, que vêm com indicação de faixa etária. Além disso, é importante considerar o perfil da criança que vai usar o produto. Quem nunca brincou com nada parecido pode sentir mais dificuldade.
De acordo com Edilene Modesto de Souza, professora universitária e na educação infantil em São Paulo, a partir dos dois anos, as crianças já conseguem brincar sem dificuldades com jogos do tipo. Antes disso, peças de montar, como os blocos de construção que vão sendo encaixados, fazem as vezes de quebra-cabeça. “Esses brinquedos estimulam a coordenação motora, a memorização, a concentração e a estratégia”, afirma.
Outro ponto a favor dos quebra-cabeças está no fato de que esses brinquedos de construção não estabelecem diferença de gênero. “Não são necessariamente jogos de meninos ou de meninas”, afirma Edilene.
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