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Professor que nunca poupou para ensinar, Dumas é lembrado com carinho por todos

Todo mundo tem um professor ou professora de quem se lembrará por toda a vida. E o mais engraçado é que esses professores marcantes não são aqueles ditos como legais ou gente boas, é o professor chato que pegava no pé dos alunos para aprender. Desses, a gente nunca esquece. Emblemático em Campo Grande, Dumas […]
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Todo mundo tem um professor ou professora de quem se lembrará por toda a vida. E o mais engraçado é que esses professores marcantes não são aqueles ditos como legais ou gente boas, é o professor chato que pegava no pé dos alunos para aprender. Desses, a gente nunca esquece.

Emblemático em , Dumas Fernandes Xavier, ou simplesmente professor Dumas, está na categoria dos inesquecíveis para gerações inteiras da cidade. De tão implicante com os alunos, não tem um que não se lembre dele com carinho. O difícil é encontrar um ex-aluno dele que não fale do professor alto, esguio que fazia circunferência com o antebraço na lousa com nostalgia.

Ainda na época do Orkut, os ex-alunos até criaram uma comunidade dedicada ao mestre: Eu fui aluno do Dumas. A comunidade com cerca de 1,5 mil membros lembrava de situações típicas na aula do professor, como por exemplo, quando alguém que não estava prestando atenção e errava um exercício e Dumas gritava: seu jumento!

A frese célebre, inclusive, é o que estampa a chamada da comunidade.

Perita da polícia civil, Samira Vieira Silva, 34 anos, sempre foi fã do professor. Ela conta que quem não gostava dele era porque era um jumento mesmo e não prestava atenção aos ensinamentos do mestre.

Na memória, ela não se esquece dele desenhando a circunferência e usando o antebraço de compasso. “Impagável e inesquecível vê-lo desenhar uma circunferência usando o antebraço como compasso. O corpo dele acompanhava o desenho. Aquela figura esquálida que parecia o Sr. Burns dos Simpsons”, lembra.

O assessor de imprensa Helton Davis diz que se divertia com o jeito do professor. Ele lembra que os alunos desenhavam caricaturas de propósito do professor só para ele ver e brigar. “O povo gostava de desenhar ele e sacanear só para incomodar e ver ele brigar. Porque ele falava mesmo, tacava giz. Era muito engraçado. Mas, ao mesmo tempo, dava muita liberdade. Na aula dele quem quisesse ir ao banheiro, beber água, podia. Era diferente de outros professores que precisava pedir permissão”, diz.

Além disso, ele conta que o professor era solidário e ajudava os alunos que precisavam sem custo algum. “Quem quisesse aprender ele ajudava. Até dava aula na casa dele, em uma salinha que tinha lá, sem cobrar nada. Ele ensinava mesmo. Era um cara muito legal”, diz.

O jornalista Cleidson Lima é outro que não se esquece do professor. “Ele não é mais um personagem; virou uma entidade da qual quase todo mundo tem uma história. Eu o desenhava em sala de aula. Uma vez fiz a caricatura dele e preguei na parede, ao lado do quadro. Ele entrou, olhou para o desenho, olhou para sala com olhar de sádico, empunhou o isqueiro e tacou fogo no papel. Foi apoteótico”, conta.

O ex-aluno se diverte com a história e diz: o detalhe é que nunca teve nada a ver com a pessoa que era fora da sala. Dentro da sala, criou um personagem bravo, duro, mal humorado. Do lado de fora, um cara muito gente boa. Sem dizer que é um excelente professor.

Mas, nem todas as caricaturas foram queimadas ou rasgadas, uma delas, o professor Dumas guarda em uma moldura na sala de estudo de sua casa. Ele conta que recebeu o presente de um aluno na festa de 40 anos da Mace.

“No aniversário da escola, os alunos contavam histórias com os professores, e este aluno, fiquei sabendo no dia, era quem fazia as minhas caricaturas. Ai ele me deu essa de presente. Hoje ele é chargista em um grande veículo de comunicação”, conta.

Tímido, o professor confessa, de certa forma, que criou sim um personagem. Ele diz que em sala de aula consegue se soltar e é duro para poder ensinar. “Quero ensinar a matemática como ela deve ser ensinada. Cobro mesmo. Às vezes, faço algumas coisas para chamar a atenção do aluno para aquilo que está sendo ensinado. E até hoje funciona”, diz sobre as brincadeiras com os alunos.

Em 30 anos de carreira, diz que já deve ter dado aula para cerca de 15 mil alunos e até hoje se sente motivado em ensinar. “Faço aquilo que gosto. Acredito que faço minha parte na educação e acredito que todos deveriam fazer também. Quem teve educação, se formou, deve contribuir, pois somente a educação pode melhorar o mundo. É por isso que pego no pé dos alunos”, se explica.

“O aluno, às vezes, não dá importância para o que está ensinado. Mas, lá na frente vai valorizar”, completa.

E parece que Dumas tem razão, porque o que não faltou foram histórias e lembranças com o professor que há 30 anos ensina matemática aos alunos, nem que seja a custo de ‘gizada’ na cabeça, para ver se entra alguma coisa.

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