O presidente da CPI da Saúde na Câmara de , vereador Flávio César (PTdoB), poderá ter que convocar o próprio tio, Jorge Martins, ex-diretor da Santa Casa, para dar explicações. Isso porque o vereador Coringa (PSD) pretende apresentar um requerimento amanhã (14), na segunda reunião da CPI, para ampliar as investigações.

”Entendo que ampliar as investigações também para a Santa Casa é uma vontade popular. Não tem essa de esperar o Ministério Público e a Polícia soltarem as denúncias. Temos que rever todas as entidades da Saúde que recebem dinheiro público”, disse Coringa.

Com a ampliação, Flávio César também terá que convocar a atual secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi, além de chamar o ex-secretário de Saúde, , cunhado de Nelsinho Trad (PMDB) e pai do vereador Otávio Trad, também colega de partido do presidente da CPI. Além de todas as ligações parentescas, o vereador defendeu Nelsinho Trad na legislatura passada, quando foi líder dele na Câmara.

Flávio César foi quem apresentou a proposta de limitar as apurações da CPI para somente os hospitais do Câncer e Universitário, para derrubar a proposta inicial de Luiza Ribeiro (MD), que era mais ampla e apoiada pelo prefeito Alcides Bernal (PP).

Apesar de todas as amarrações, o vereador Coringa acredita que a inclusão da Santa Casa será aprovada. “Tem meu voto, do Alex [PT] e do Cazuza [PP]. O Flávio tem que conduzir a Comissão para o que quer o povo, senão eu mesmo vou questionar isso. Vou colocar o dedo na ferida, afinal meu partido está neutro”, destacou Coringa.

Para o vereador Alex do PT, também membro da Comissão, com os vereadores Cazuza (PP) e Carla Stefanini (PMDB) (relatora), o fato da presidência e a relatoria terem ficado com membros ligados à antiga administração municipal é questionável. “Mas eles preferiram correr o risco”, disse o vereador Alex do PT.

Alex não acredita que com este quadro definido, as apurações da CPI também sejam questionáveis. “Nosso compromisso é de investigar todos”. Alex adianta que objetivo daqui para frente é ouvir a força-tarefa montada pelo Ministério da Saúde na capital, para entender a real situação do setor da Oncologia nos dois hospitais, que já são investigados pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Ministério Público pela Operação Sangue Frio, deflagrada no começo do ano.

(Matéria editada às 16h53)