Prefeitura publica contrato sem licitação de R$ 4,3 milhões com a microempresa Salute

Denúncia da reportagem de Midiamax sobre valor das compras só foi confirmada hoje pela prefeitura, de forma indireta. Microempresa é investigada por CPI e Ministério Público

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Denúncia da reportagem de Midiamax sobre valor das compras só foi confirmada hoje pela prefeitura, de forma indireta. Microempresa é investigada por CPI e Ministério Público

Confirmando informação anterior da reportagem de Midiamax, a edição desta sexta-feira (26) do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) traz a contratação da Salute Distribuidora de Alimentos ME para o fornecimento de gêneros alimentícios para a SAS (Secretaria de Assistência Social) e Semed (Secretaria Municipal de Educação).

O contrato emergencial tem o valor de R$ 4.3 milhões, destinado ao fornecimento de alimentação às escolas e Ceinf’s (Centro de Educação Infantil), tanto urbanos quanto rurais, e mais as unidades de SAS. 

A contratação sem licitação foi assinada, pessoalmente, pelo prefeito Alcides Bernal.

Com data de duração de apenas três meses, o contrato do dia 21 de junho é assinado por José Chadid, secretário de Educação, e Érico Chezini Barreto, pela Salute. Érico tem apenas 25 anos e é formado em Administração, tendo chegado a Campo Grande vindo de São Paulo, onde trabalhava como corretor.

Não há publicação oficial de outra compra da prefeitura, feita por meio de pregão de número 033-13, também vencido pela microempresa, no valor de R$ 1,5 milhão, destinada a prover de alimentos a SAS.

A Salute

Constituída em 1º de abril deste ano na Junta Comercial do estado, a microempresa tem capital de apenas R$ 50 mil, e teoricamente funcionaria numa saleta situada na rua das Graças nº 572. No local, por diversas vezes a reportagem não encontrou nenhum dos dois proprietários da Salute, tanto Érico quanto Aldoir Luis Czizeski, um comprador de carne de frango.

Aldoir chegou a prometer, por telefone, que seu sócio explicaria os contratos para a reportagem, fato que nunca ocorreu. 

A reportagem queria saber, fundamentalmente, como os dois proprietários conseguiram soma tão elevada de recursos para efetuarem as compras dos gêneros alimentícios, diretamente na rede atacadista da capital e no sul do estado, segundo declararam.

Os contratos milionários da Salute com a prefeitura estão em investigação pela CPI do Calote e Ministério Público Estadual, no procedimento preparatório 045/2013, instaurado pela 29ª Promotoria do Patrimônio Público e Social, comandada pelo promotor Fabrício Proença de Azambuja.

A suspeita, ainda não confirmada, é que a pequena Salute seja empresa ‘laranja’(dono oculto), em função do fato de que o alto valor do contrato seria incompatível com a dimensão da microempresa.

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