O mecânico do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, advertiu nesta segunda-feira (7) que a embarcação, ancorada na baía do porto russo de Murmansk, poderia afundar devido a uma falha nos geradores e em outros equipamentos vitais e com isso lançar 200 toneladas de diesel no mar.

“Peço que avaliem a possibilidade de deixar que eu me encarregue do navio para evitar problemas graves e, no pior dos casos, seu afundamento”, disse o mecânico, o holandês Mannes Ubels, em uma carta endereçada às autoridades russas lida por representantes do Greenpeace em entrevista coletiva.

O mecânico, que foi acusado de pirataria pelo Comitê de Instrução da Rússia, assim como os outros 29 tripulantes do Artic Sunrise, afirmou que o gerador de eletricidade do navio em breve deixará de funcionar.

“O navio não terá sistemas de sinalização de avarias. Os vazamentos de água na sala de máquinas não dispararão os alarmes”, relatou.

“Nosso navio foi aprisionado e se encontra sob sua zona de responsabilidade, como mecânico chefe, é meu dever advertir sobre possíveis riscos”, escreveu.

Ubels assegura que se não forem tomadas medidas urgentes o dano será irreparável e a embarcação terá que ser consertada, o que significará um alto custo para o Greenpeace.

A bordo do Artic Sunrise, os ativistas do Greenpeace tentaram escalar uma plataforma petrolífera no Ártico para protestar contra a exploração do produto no local.

Os tripulantes, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, estão detidos em Murmansk acusados de pirataria, pena que pode render até 15 anos de prisão na Rússia.