Morre Djalma Santos, bicampeão do mundo com a seleção
O ex-jogador Djalma Santos, considerado o maior lateral direito de todos os tempos, morreu nesta terça-feira em Uberaba, depois de apresentar um quadro de insuficiência respiratória e pneumonia. Ele tinha 84 anos. Bicampeão mundial com a seleção brasileira em 1958 e 1962, o atleta nascido em São Paulo participou ainda das Copas do Mundo de […]
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O ex-jogador Djalma Santos, considerado o maior lateral direito de todos os tempos, morreu nesta terça-feira em Uberaba, depois de apresentar um quadro de insuficiência respiratória e pneumonia. Ele tinha 84 anos. Bicampeão mundial com a seleção brasileira em 1958 e 1962, o atleta nascido em São Paulo participou ainda das Copas do Mundo de 1954 e 1966, contabilizando 111 jogos pela seleção – o primeiro a ultrapassar a marca centenária com a camisa canarinho.
Dotado de uma rara mistura de vigor físico e técnica apurada, tornou-se uma referência na posição ao unir a segurança na marcação à eficiência no apoio. Além de encabeçar as listas dos maiores camisas 2 da história, o ‘Homem de Aço’ foi o único brasileiro a atuar pela seleção da Fifa no histórico jogo do centenário da Federação Inglesa, partida que reuniu no estádio de Wembley, em 1963, algumas das maiores lendas do futebol, como Lev Yashin, Alfredo Di Stefano, Ferenc Puskas, Josef Masopust e Eusébio. Pelé, o outro brasileiro a ser honrado com a convocação para o time de estrelas, estava contundido e ficou de fora.
Djalma Santos, que no início era apenas Santos e jogava de volante, começou a carreira na Portuguesa de Desportos, em 1948. Mudou para a lateral depois da chegada de Brandãozinho, então astro revelação da Portuguesa Santista, que ocupava sua posição no meio de campo. E seria no flanco direito do campo que deixaria gravado seu nome e sobrenome no panteão do futebol. Fez parte do histórico time da Portuguesa que nos anos 1950 conquistou dois torneios Rio-São Paulo e duas Fitas Azuis – honraria recebida pelos clubes brasileiros que voltavam invictos de excursões ao exterior.
Tornou-se um frequentador assíduo da seleção brasileira, jogando a Copa de 1954 – marcou um gol na derrota contra a Hungria, pelas quartas-de-final do torneio – e a final do Mundial de 1958, em substituição ao lesionado De Sordi. Sua performance na goleada diante da Suécia foi tão impressionante que Djalma Santos acabou sendo eleito para a seleção do torneio, mesmo tendo atuado somente 90 minutos em gramados escandinavos.
Depois de uma década na Portuguesa, o craque se transferiu para o Palmeiras, em 1959. No Palestra Itália, iniciou uma nova e vitoriosa dinastia. Como parte da Primeira Academia do alviverde, comandada por Osvaldo Brandão, conquistou o Campeonato Paulista em 1959, 1963 e 1966; a Taça Brasil de 1960 e 1967 e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967 – estes três últimos agora reconhecidos oficialmente como campeonatos brasileiros.
Em 1968, quando já preparava a aposentadoria, recebeu um convite do Atlético Paranaense – e, aos 37 anos, mudou-se para Curitiba para se tornar um dos ídolos do time rubro-negro.
Conquistou o estadual de 1970 e jogou até 1971, prestes a completar 42 anos de idade. Depois da carreira, dedicou-se a ensinar o futebol aos jovens, tendo mantido, até o fim de sua vida e longe dos holofotes, uma escolinha em Uberaba, Minas Gerais. Djalma Santos deixa a mulher, Esmeralda, a filha, Laura, e um recorde quase impensável para um defensor: em mais de 1.100 partidas como profissional, nunca foi expulso.
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