As autoridades panamenhas descobriram novos contêineres escondidos no navio mercante norte-coreano onde foram encontrados equipamentos bélicos não declarados procedentes de Cuba, informou nesta sexta-feira à Agência Efe um alto funcionário de Segurança.
A afirmação foi feita pelo comandante Belsio González, chefe do Serviço Nacional Aeronaval (Senan), um dos organismos encarregados de descarregar o navio Chong Chon Gang.
As autoridades tinham informado que pelo menos dois contêineres foram descarregados e abertos, e outros cinco já tinham sido descobertos e também iam ser levados aos pátios do porto de Manzanillo, em Colón, no litoral caribenho do país centro-americano.
O chefe do Senan não detalhou o total de contêineres descarregados ou encontrados, mas crê-se que em um dos pelo menos quatro compartimentos que a embarcação tem há outros “oito contêineres” supostamente contendo equipamento bélico não declarado.
As armas, que Cuba disse que lhe pertencem e que são “obsoletas”, estão em contêineres escondidos sob 10 mil toneladas de açúcar cru distribuídas em mais de 200 mil sacos que são desembarcados há dias por várias centenas de pessoas.
González acrescentou que os contêineres “estão fechados porque quem vai revistá-los é o pessoal da ONU” que é esperado para o próximo dia 5 de agosto.
A missão técnica do organismo multilateral inspecionará os equipamentos militares a fim de determinar se alguma das resoluções do Conselho de Segurança que proíbem a Coreia do Norte de importar ou exportar qualquer tipo de armamento foram violadas.
Um número de contêineres não detalhado oficialmente foi aberto e se acharam partes de dois aviões Mig 21 e o que parecem ser sistemas de lança-mísseis, cujas fotos inclusive foram publicadas em sua conta no Twitter pelo presidente panamenho, Ricardo Martinelli.
Os dois primeiros contêineres foram descobertos e abertos no dia passado 15 de julho, e um dia depois e no meio da repercussão internacional causado pela possível violação das resoluções da ONU, Cuba reconheceu ser proprietário dos equipamentos e disse que os enviava a Coreia do Norte para serem reparados e que depois seriam devolvidos ao país.
A carga não declarada consiste, segundo Havana, em “dois complexos de foguetes antiaéreos Volga e Pechora, nove foguetes em partes e peças, dois aviões Mig-21 Bis e 15 motores desse tipo” de aeronave, todos de fabricação russa e que datam dos anos 50.
Os 35 tripulantes do navio, todos norte-coreanos, permanecem detidos na antiga base aeronaval americana de Sherman, às margens do Mar do Caribe, e a Promotoria panamenha fez contra eles acusações pelo delito de atentar contra a segurança coletiva.
