Iniciada há mais de 10 anos e após consumir cerca de R$ 10 milhões, a obra do Hospital do Trauma só está 50% concluída. O presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, contestou o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), de que 80% das instalações estavam concluídas.
“O custo operacional mensal da unidade seria de R$ 16 milhões”, afirmou o presidente da Associação, em reunião da diretoria que assumiu novamente o comando da Santa Casa – hospital que detém uma dívida de cerca de R$ 111 milhões.
Além disso, faltam recursos para a conclusão da obra e mais a aquisição dos equipamentos. Nelsinho também alega que quando assumiu a administração municipal a construção já estava parada desde 2002.
“Em dezembro de 2009 foi decidida a modificação da destinação do prédio, que a princípio seria uma maternidade e então mudou-se para uma unidade que desafogasse o setor de urgência e emergência, onde são realizadas cerca de 1.200 cirurgias por mês com pacientes vítimas de traumas, a maioria do trânsito”, explica.
Nelsinho ainda afirma que em julho de 2010 a construção foi retomada e que para a gestão do atual prefeito Alcides Bernal (PP) ficou apenas faltando a conclusão da pintura, estacionamento e paisagismo. “A parte estrutural já está pronta e os elevadores também já foram comprados”, afirmou.
O ex-prefeito informou ao Midiamax que sua gestão deixou disponível R$ 1,5 milhão para o custeio destas etapas, além de mais R$ 2 milhões em processo de pagamento, apesar de ter prometido em 27 de novembro de 2012 a entrega do setor até o fim de dezembro do mesmo ano, apenas sem uma passarela que ligaria o setor à Santa Casa, que segundo ele “não daria tempo”.
No dia 27 de abril de 2012, Nelsinho havia anunciado que conseguiu com o Ministério da Saúde em torno de R$ 8 milhões para serem investidos no Hospital do Trauma com a compra de equipamentos, mas que aguardava a liberação do recurso pelo Governo Federal. Teslenco confirmou que este recurso ainda não foi liberado.
Em 2009 um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) chegou a ser assinado entre os Ministérios Públicos Federal, Estadual, do Trabalho, Secretarias de Saúde Municipal e Estadual, além da junta interventora da Santa Casa para que a obra fosse acabada em no máximo 10 dias.
À época, o então secretário de Saúde do Município, Luiz Henrique Mandetta explicou que o hospital iria disponibilizar 128 novos leitos, 10 vagas de CTI e pelo menos seis salas de cirurgia. Algumas das especialidades médicas em trauma que atenderiam a unidade seria ortopedia, neurocirurgia e buco-maxilo facial.
Procurado pelo Midiamax, o prefeito Alcides Bernal disse, em agenda pública, que fará o levantamento do montante de recursos necessários ao término da obra e o quanto já foi gasto, visto que os R$ 10 milhões citados pela reportagem eram apenas o recurso repassado do Ministério da Saúde, conforme placa do Governo Federal afixada em frente à obra.
“Não sei ainda o quanto da prefeitura que foi repassado para o hospital, mas vou pedir o levantamento para a Secretaria Municipal de Saúde e chamarei uma coletiva de imprensa para anunciar os dados”, concluiu o prefeito.
Matéria alterada às 11h17 para edição de informações.
