Uma combinação de falha humana e mecânica que durou 80 segundos levou à contaminação de lote do suco AdeS, afirmou Fernando Fernandez, presidente da Unilever, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” no sábado (23).

“O operário não detectou o final da produção de um lote. Daí, colocou o equipamento para funcionar de novo. E o equipamento permitiu o envase de uma solução de higienização”, disse Fernandez à “Folha”.

O presidente da empresa fabricante do suco reconheceu o erro e pediu desculpas.

“Temos que pedir desculpas. O AdeS no Brasil tem uma história de 15 anos que não merece um problema como esse”, afirmou.

Após ter sido notificada por sua Central de Atendimento ao Consumidor, a Unilever demorou quatro dias para diagnosticar o problema.

A empresa recebeu e-mail de um cliente, mas só conseguiu localizar o consumidor e combinar o recolhimento do produto no dia 9.

A coleta foi feita no dia 11, e a análise, no dia 12. O anúncio público do recall e a retirada do produto das gôndolas viria no dia 13.

Na sexta-feira (22), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais concluiu que houve falha no momento em que o líquido foi colocado na embalagem (envasamento) de 96 unidades de suco de soja AdeS, sabor maçã, na fábrica da Unilever Brasil em Pouso Alegre (390 km de Belo Horizonte). As unidades, segundo relatório divulgado pelo órgão, foram afetadas por hidróxido de sódio a 2,5% –soda cáustica diluída.

É a primeira vez em seus 83 anos no Brasil que a Unilever encara um problema de saúde pública.

Quatro mil pessoas, entre vendedores e operadores de estoque, foram mobilizadas para rastrear em três Estados (São Paulo, Rio e Paraná) as 96 unidades contaminadas – 46 foram localizadas.