Pular para o conteúdo
Geral

Ex-funcionário diz que errou, mas nega envolvimento em ‘rede’ que burlava fila do SUS

Demitido pela Santa Casa de Campo Grande, João Alberto Soares de Oliveira, 55 anos, negou qualquer participação em esquema que cobrava para realizar cirurgias cardíacas na rede pública de saúde.
Arquivo -

Demitido pela Santa Casa de , João Alberto Soares de Oliveira, 55 anos, negou qualquer participação em esquema que cobrava para realizar cirurgias cardíacas na rede pública de saúde.

Demitido pela Santa Casa de Campo Grande, João Alberto Soares de Oliveira, 55 anos, negou qualquer participação em esquema que burlava a fila do SUS (Sistema Único de Saúde) em cirurgias cardíacas. Ele, que trabalhou por dez anos no hospital, reconheceu apenas uma internação irregular, mas garante que foi para salvar uma vida.

“Essas denúncias não procedem, e eu gostaria de saber de onde tiraram isso”, afirmou João, em entrevista exclusiva ao Midiamax. “Sempre tivemos a orientação de ajudar as pessoas, mas não pedir nem um café, pra não dar problema”, completou.

João revelou que foi demitido no dia 17 de junho, por justa causa, acusado de internar ilegalmente um paciente paraguaio. A dúvida é por que o médico, chefe de uma das equipes da cirurgia cardíaca da Santa Casa, teria chamado o funciónário e não a diretoria clínica ou medica do hospital.

O funcionario não soube responder, explicando apenas que no início do mês passado ele foi chamado na ala de cardiologia, na presença de três médicos, um deles o cardiologista João Jasbik Neto, quando foi orientado a tentar ajudar o paraguaio.

“O nome do paciente é Claudio Ramirez, os médicos me pediram para ajudar ele, se não ia morrer. Eu ajudei a internar Cláudio, e assinei os documentos com meu endereço. Esse erro eu assumo, sou homem para assumir, mas sei que salvei uma vida. Mas foi um caso desse em dez anos de Santa Casa, e fiz porque sou humano, não recebi propina nenhuma”, relatou João.

João afirma que foi escorraçado da Santa Casa, sendo ofendido pelo presidente da ABGC (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, que o teria chamado de criminoso. O ex-funcionário já acionou um advogado e vai processar a ABCG e Teslenco por calúnia, difamação e danos morais.

O ex-funcionário ainda estranhou o fato de somente ele ter sido demitido pela internação do paraguaio, enquanto os médicos envolvidos no caso continuam atuando na Santa Casa.

Rede criminosa

Denúncia de dentro da Santa Casa garante que havia uma rede criminosa no hospital, que ganhava propina para burlar a fila de atendimento do SUS.

Único demitido, João Alberto nega a participação ou mesmo o conhecimento de qualquer rede criminosa no hospital. “Nunca me chegou ao conhecimento qualquer informação neste sentido”, comentou.

João garante que vive uma vida simples, que seria incompatível se fizesse parte de uma rede de tamanho alcance. Ele lembra que ganhava R$ 1.040 bruto na Santa Casa, e relatou as dificuldades para pagar as contas mensais.

“Além disso minha nora está faz quatro meses tentando operar pelo SUS, se eu fizesse parte desta rede, ela já estaria operada, não é”, ironizou o ex-funcionário da Santa Casa.

Prática antiga

João ainda lembrou que membros da junta interventora da Santa Casa, que dirigiu o hospital até maio deste ano, por vezes solicitaram auxílio para ajudar alguns ‘amigos’. “Eles faziam isso constantemente, eu era funcionário, só obedecia”, lembrou.

Jasbik

Segundo denúncias que chegaram ao Midiamax, João supostamente atuava em parceria com o médico cardiologista João Jasbik Neto. João confirma que conhecia Jasbik, mas garante que trabalhavam em setores diferentes, e nega qualquer tipo de ‘parceria’ para burlar a fila do SUS ou vender cirurgias.

Assessoria do hospital não confirmou o nome do servidor nem do médico, mas disse que um funcionário foi afastado suspeito de cometer as irregularidades. O diretor presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, e a secretaria Municipal de Saúde já teriam aberto sindicância interna para apurar o caso.

Não foram divulgados valores cobrados para burlar a fila, mas há indícios que mais de um paciente teria sido ‘beneficiado’ pela situação.

Uma coletiva de imprensa está agendada nesta quinta-feira (18) na Santa Casa para esclarecer esse e outros fatos.

Cobrar por cirurgias do Sistema público de Saúde é crime. A irregularidade é prevista no artigo 43 da Lei Federal 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde), que cita que “a gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados”.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Idoso morre após ser atropelado por trator em fazenda de Maracaju

Palmeiras vacila e Corinthians deixa torcida querendo mais em empate no último dérbi do ano

De galhos a pneus, veja onde descartar lixo em Três Lagoas a partir de segunda

Em entrevista, Haddad critica EUA, defende isenção do IR e comenta prejuízos de estatais

Notícias mais lidas agora

policia filho

Preso suspeito de matar filho de policial no Nova Lima; ‘Rato’ segue foragido

Palmeiras vacila e Corinthians deixa torcida querendo mais em empate no último dérbi do ano

carlo acutis milagre em campo grande

Com pedaço do coração em Campo Grande, beato Carlo Acutis será canonizado esta semana no Vaticano

Terminam na próxima quarta inscrições para vestibular da UFGD em 5 cidades de MS

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Festival de cinema em Ponta Porã termina celebrando integração entre Brasil e Paraguai

Evento ainda levou sessões para escolas da cidade

Esportes

Vitória bate Atlético-MG em jogo de técnicos interinos em Salvador

Clube baiano superou goleada na última rodada

Polícia

VÍDEO: Incêndio em terreno assusta moradores de dois bairros em Campo Grande

Terreno é cercado de casas e comércios

Mundo

Deputada pede explicações de Trump sobre tarifaço contra Brasil

Alexandra Ocasio-Cortez pediu uma avaliação do impacto das tarifas nas relações entre os dois países