Estudantes dormem na fila da Uniderp e não garantem atendimento no Fies

Mais de 200 estudantes formavam fila em frente da Uniderp-Anhanguera, na avenida Ceará, na manhã desta terça-feira (5), para garantir a matrícula do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Muitos dormiram no local para assegurar a senha. Apesar do esforço, não vão ser todos que vão conseguir. Já que aproximadamente cem números são distribuídos por dia. […]

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Mais de 200 estudantes formavam fila em frente da Uniderp-Anhanguera, na avenida Ceará, na manhã desta terça-feira (5), para garantir a matrícula do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Muitos dormiram no local para assegurar a senha. Apesar do esforço, não vão ser todos que vão conseguir. Já que aproximadamente cem números são distribuídos por dia.

Leonardo da Silva, 18 anos, conta que foi à universidade ontem, às 8 horas da manhã, e não conseguiu atendimento, porque as senhas tinham terminado. Por isso, decidiu voltar às 19 horas e dormir no local para garantir o atendimento.

“Vim ontem e não consegui ser atendido. Então, voltei e dormi por aqui mesmo. Dormimos no chão, na calçada, na beirada da grade”, diz. Hoje ele está feliz, porque conseguiu ser atendido e só falta levar o documento de liberação ao Banco, e confirmar o pagamento.

O estudante contou que não ficou com medo de dormir na rua, porque muitos outros dormiram ali com ele. Um deles é Wilson Lemes Barbosa, 45 anos. O homem diz que esteve por sete vezes na universidade sem conseguir atendimento.

Ele decidiu dormir na fila e guardar a vaga para uma amiga, que quer fazer psicologia. Ele disse ainda, que passou pela universidade por volta das 24 horas, e como cerca de 25 pessoas já estavam na sua frente, resolveu aguardar para garantir a senha.

Mas, dificuldade mesmo enfrenta quem vem do interior, é o que lamenta Fátima do Rosário, 59 anos, de Corumbá. Ela está há dois dias na cidade para conseguir a numeração para a filha se inscrever.

Fátima diz que é muito difícil enfrentar tanta burocracia e ter que gastar sem garantia da inscrição. “Quero saber quem vai cobrir minhas despesas de viagem, alimentação. Os dias que estou faltando no serviço”, reclama.

Mesmo com todas as dificuldades, o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) é a possibilidade de cursar a faculdade para muitos estudantes. A professora Irene Ribas, de 53 anos, que estava na fila para o filho, porque ele trabalha o dia todo, conta que o rapaz ganha aproximadamente R$ 1,2 mil e o curso de engenharia mais ou menos R$ 1 mil.

“O Fies é essencial para ele, mas falta humanidade no atendimento aqui”, questiona. Ela foi embora frustrada por não ter conseguido a senha, apesar de ter chego às 6h.

Prazos

Após a validação das informações no SisFies (Sistema Informatizado do Fies) e de posse do DRI (Documento de Regularidade de Inscrição), o estudante tem dez dias, contados a partir do terceiro dia útil imediatamente subseqüente à data da validação da inscrição, para comparecer ao banco e formalizar a contratação do financiamento.

Se o estudante perder o prazo, a inscrição é cancelada e ele tem que realizar novo pedido. Enquanto o processo não é finalizado, o aluno paga a mensalidade integral. Mas, de acordo com a assessoria de comunicação da instituição, o prazo para o Fies pode ser feito ao longo do ano.

Além disso, o aluno poderá ser reembolsado, se o financiamento for aprovado, no prazo de até 30 dias. A assessoria ainda explicou que para adquirir o financiamento neste primeiro semestre, o aluno tem até o fim do período letivo para a contratação.

A assessoria disse acreditar que o problema da fila se deu por confusão de informações. Já que hoje (5) termina o prazo para a segunda chamada do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e não do Fies.

Já o professor Emerson Corazza, gerente do departamento de controle acadêmico, recomendou que os alunos evitassem este período, porque a universidade já está distribuindo senhas do FIES apenas para depois do carnaval.

Ele ressaltou que é importante buscar informações sobre o sistema no site do ministério da educação e ir munido com a documentação necessária. “Para facilitar o processo, além de todos os documentos, é necessária muita atenção ao preencher o formulário. Assim, o acadêmico agiliza o processo e não perde viagem”, destacou Corazza.

(Matéria editada para acréscimo e correção de informações às 10h40, 11h30 e 12h11)

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