O ano era 2003 e o Brasil saía do Mundial Feminino de Handebol com apenas uma vitória – sobre a Austrália – e na 17ª colocação. Hoje, a situação é bastante diferente. Depois de um quinto lugar nas últimas Olimpíadas e no Mundial de 2011, disputado em casa, a Seleção Brasileira chega à Sérvia a condição de favorita. A estreia ocorre neste sábado, a partir das 15 horas (de Brasília) contra a Argélia.

“Tem vários fatores para o time ter evoluído tanto. Um deles é a transferência das jogadoras para a Europa, que é o principal centro do handebol. Além disso, o Brasil está formando atletas agora. Nós formamos e as que se destacam aqui, saem para ganhar experiência fora”, analisou o técnico do Concórdia, atual campeão brasileiro, Alexandre Schneider. Ele treinava a Seleção Brasileira em 2003.

Antes do Campeonato Mundial, as brasileiras realizaram 19 jogos amistosos, vencendo 17 deles. Entre as adversárias, estavam seleções com tradição no esporte, como Áustria, Polônia, Hungria e Croácia. O retrospecto tão favorável anima o atual técnico do Brasil, Morten Soubak.”Hoje somos uma equipe conhecida pelo trabalho que temos feito e pelas últimas colocações que temos alcançado, mas não somos o único País que tem conseguido essa evolução. Assim, não podemos falar que os favoritos são os mesmos dos últimos anos. Temos pelo menos 12 equipes fortes concorrentes para as fases eliminatórias. Isso demonstra que esse deve ser um Mundial muito forte”, declarou.

O Brasil, 22º colocado do ranking da Federação Internacional de Handebol, está no Grupo B da competição, acompanhado de Dinamarca (6º), Sérvia (7º), Japão (13º), China (20º) e Argélia (41º). Logo de cara, as brasileiras tem pela frente a equipe teoricamente mais fraca e estreante em Mundiais, mas isto não é motivo para tranquilidade.

“Por ser estreia, não existe favoritismo, então é preciso estarmos muito atentas. O coração já está batendo mais forte. Mesmo tendo vários Mundiais nas costas, cada um é diferente e esse, sem dúvida, é especial pela pressão e por sermos apontados como um dos favoritos. Sabemos que vamos ter que mostrar isso dentro de quadra. Se quisermos subir no pódio, vamos ter que passar por cima de todos”, declarou Dara, pivô da seleção.Na busca por uma medalha inédita, o Brasil tem como principais armas a manutenção da base das últimas competições e a melhor jogadora do mundo, Alexandra. Detalhes como estes, podem ser fundamentais para conquistar uma posição inédita, de acordo com Schneider.

“Nunca estivemos tão perto de chegar a um pódio. Ganhamos alguns torneios amistosos. A equipe já provou ser muito competitiva. Agora, são detalhes que vão definir ou não as melhores seleções”, afirmou.

No caminho das favoritas brasileiras, o técnico campeão nacional aponta outras duas seleções: as atuais campeãs olímpicas da Noruega e a Espanha.

“A Espanha vem em um momento muito bom e a Noruega, por ser campeã olímpica, é muito forte também. Não dá para esquecer as donas da casa (Sérvia), que contam com o apoio da torcida”.

Nesta sexta-feira, no jogo de abertura da competição, as sérvias venceram as japonesas por 28 a 26 e lideram, provisoriamente, o Grupo B da competição.