Mulher acompanhou o marido doente no HU e fez o relato da situação de abandono, penúria e mau cheiro dentro da instituição comandada pela UFMS

Nos 22 dias em que esteve no Hospital Universitário, como acompanhante do marido, a vendedora Ariane Freitas Neves, 26 anos, realizou um verdadeiro ‘tour’ pelo local e disse estar indignada com as condições de tratamento aos pacientes e as instalações do local. Ela registrou fotos e postou parte delas em sua rede social, inclusive com centenas de compartilhamentos.

“Ficava lá quase o dia todo, saía apenas para tomar um banho em casa. Meu marido entrou com diagnóstico de leishmaniose e endocardite, transferido do Posto de Saúde do . Entendo que ele estava fraco, porém ficou ao lado do que eles chamam de ‘cordão de isolamento’, mas que na verdade se trata de um Box que divide as pessoas com doenças contagiosas. Com isso, ele foi infectado com H1N1 e novamente teve de ser transferido”, afirma Neves.

Dias antes, Ariane conta que o marido reclamou do cansaço, por permanecer horas deitado e ele decidiu colocá-lo em uma cadeira de rodas para um passeio dentro da unidade. “Atrás dos quartos, sentimos um cheiro de fezes. Quando olho para baixo, vi um ralo com um cheiro horrível que passa pela janela e as pessoas ainda convivem com aquilo ali, como se não bastasse o local superlotado de gente”, comenta a vendedora.

Outro problema que ela alega são as macas, alvo de inúmeras denúncias do Midiamax. “Meu marido ficou quatro horas esperando por uma vaga por conta da falta de macas, mas foi só eu passar pelo setor da maternidade que vi inúmeras delas paradas. Enquanto isso as pessoas ficam sentadas ou até mesmo em pé nos lugares sujos”, garante Neves.

No outro dia em que ela postou as imagens em seu perfil na internet, denunciando a situação do banheiro, com a caixa sanitária aberta, teto com problemas e muita sujeira, uma equipe limpou o local, além de retirar sacolas com lixos hospitalares expostos no hospital.