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Economia desaponta no 1o tri com fraqueza da indústria e consumo

A economia brasileira não conseguiu acelerar o passo de janeiro a março, com expansão de apenas 0,6 por cento sobre o trimestre anterior e consolidando apostas de que o crescimento do país será inferior a 3 por cento em 2013. O Produto Interno Bruto (PIB) mais recente veio abaixo do esperado, com o desempenho ruim […]
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A economia brasileira não conseguiu acelerar o passo de janeiro a março, com expansão de apenas 0,6 por cento sobre o trimestre anterior e consolidando apostas de que o crescimento do país será inferior a 3 por cento em 2013.

O Produto Interno Bruto (PIB) mais recente veio abaixo do esperado, com o desempenho ruim da indústria e do consumo mostrando que os esforços do governo da presidente Dilma Rousseff para estimular a atividade não estão surtindo o efeito esperado.

O resultado também repetiu a taxa de crescimento de 0,6 por cento do quarto trimestre de 2012 sobre o terceiro.

“Foi um crescimento medíocre e ficou claro que não estamos conseguindo dar competitividade para a indústria da transformação por um problema cambial e de infraestrutura gravíssimo”, disse à Reuters o presidente da associação da indústria elétrica e eletroeletrônica Abinee, Humberto Barbato.

Sobre o primeiro trimestre de 2012, o PIB teve uma expansão de 1,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Na comparação trimestre a trimestre, a indústria teve retração de 0,3 por cento, prejudicada pelo segmento extrativo mineral (-2,1 por cento). Esse resultado foi particularmente ruim porque o próprio IBGE, no início de maio, havia informado que a produção industrial subiu 0,8 por cento no trimestre sobre outubro a dezembro de 2012.

Para o economista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno, os números mostram que a economia tem “sérias dificuldades para ganhar ritmo”, apesar de todo o estímulo injetado. “A principal decepção foi a indústria, que acabou puxando o resultado para baixo”, afirmou ele, que vê o PIB crescendo 2,9 por cento neste ano, mas com viés de baixa.

O governo tomou uma série de medidas para incentivar a economia desde o fim de 2011, ao desonerar a folha de pagamento de diversos setores e reduzir tributos.

Apesar do resultado fraco do PIB no primeiro trimestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou novas medidas de estímulo, argumentando que as já definidas ainda surtirão efeito.

“O governo não pretende implementar novas medidas de estímulo… Não pretendemos fazer estímulo ao consumo, que tem de se recuperar a partir do estímulo ao investimento”, disse Mantega. “Consumo não deve ser o carro-chefe do crescimento da economia. Queremos que seja o investimento.”

No primeiro trimestre, o consumo –que vinha sustentando a economia doméstica– pouco contribuiu para o PIB. O consumo do governo ficou estável sobre outubro a dezembro, enquanto o das famílias teve variação positiva de apenas 0,1 por cento, o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2011, quando recuou 0,2 por cento.

A inflação elevada tem afetado o consumo da população, o que se reflete nas vendas do varejo. No primeiro trimestre, as vendas no varejo recuaram 0,2 por cento, a primeira queda desde o fim de 2008. A inflação medida pelo IPCA em 12 meses está perto do teto da meta do governo, de 6,50 por cento.

“O consumo das famílias veio bem fraco e, sendo o ‘driver’ da economia, indica que o crescimento vai ser mais baixo este ano em relação ao que se esperava inicialmente”, afirmou a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências.

Para ela, a economia “certamente” não vai crescer 3 por cento este ano, devendo ficar entre 2,5 e 2,8 por cento.

O crescimento econômico tem sido um dos principais desafios da presidente, com taxa média inferior a 2 por cento na primeira metade de seu governo. Mesmo assim, segundo Mantega, Dilma ficou “muito satisfeita” com o resultado dos investimentos no primeiro trimestre.

Pesquisa Reuters indicava crescimento da economia de janeiro a março de 0,9 por cento sobre o quarto trimestre e de 2,3 por cento sobre um ano antes.

AGROPECUÁRIA E INVESTIMENTOS

Enquanto a indústria caiu, a agropecuária mostrou forte expansão de 9,7 por cento no primeiro trimestre sobre o período anterior, a maior variação desde 1998, e a atividade de serviços cresceu 0,5 por cento.

“A base de comparação também é fraca e ajudou no resultado. No ano passado, houve problemas de seca e oferta aqui e fora do país”, ressaltou a economista do IBGE Rebeca Palis, sobre o PIB da agropecuária.

Como esperado, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) –uma medida do investimento– mostrou bom crescimento na comparação trimestral, de 4,6 por cento, o melhor desempenho em três anos.

Apesar disso, especialistas acreditam que a qualidade desses investimentos ainda é frágil, já que seu principal destaque é a produção de caminhões, evidenciando a falta de ferrovias e hidrovias, uma das principais fraquezas de logística do Brasil.

MENOS APERTO MONETÁRIO?

Após a divulgação do PIB abaixo do previsto, o mercado futuro de juros mudou suas apostas e agora a maioria acredita que o Banco Central elevará a taxa básica de juro Selic em 0,25 ponto percentual no fim desta quarta-feira, a 7,75 por cento ao ano.

Até a terça-feira, a maioria –ainda que com uma pequena margem– acreditava que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentaria o ritmo do aperto monetário, elevando o juro em 0,50 ponto, a 8 por cento.

“Acho que o resultado do PIB acaba dando um choque de realidade para aqueles que achavam que (a Selic) deveria subir 0,5 ponto percentual. Mais do que 0,25 ponto percentual vai ser um contrasensso dentro do próprio Copom”, avaliou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

Mas há divergências.

“Essa inflação mais alta está afetando o consumo, a confiança do consumidor e a própria confiança dos empresários”, disse o economista-chefe do banco de investimento J. Safra, Carlos Kawal, que mantém a estimativa de uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic. Ele prevê expansão do PIB de 2,5 por cento neste ano, também com viés de baixa.

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