CUT emite nota sobre conflito indígena em MS
A CUT/MS (Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul) vem por meio desta nota pública se posicionar totalmente contra a decisão judicial de reintegração de posse das fazendas Buriti e Cambará, em Sidrolândia – Mato Grosso do Sul, com uso da força da Polícia Federal, da (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e […]
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A CUT/MS (Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul) vem por meio desta nota pública se posicionar totalmente contra a decisão judicial de reintegração de posse das fazendas Buriti e Cambará, em Sidrolândia – Mato Grosso do Sul, com uso da força da Polícia Federal, da (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e da Polícia Militar, pelo juiz substituto da 1ª Vara Federal de Campo Grande, Ronaldo José da Silva, na tarde de ontem (29).
Essa atitude gerou a morte de um inocente, o indígena universitário, Oziel Gabriel, de 32 anos, que foi assassinado em confronto com a polícia. Um absurdo que nos revolta, indigna e nos faz refletir o que será desse Brasil que incrimina inocente e nos faz pensar que os “coitadinhos” são os latifundiários, que concentram riquezas em suas mãos a custa de sangue inocente.
O confronto na Fazenda Buriti se estendeu por muito tempo. Denunciamos a omissão do poder público e a atitude absurda de não deixar os movimentos sociais como a CUT e o CDDH/MS (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) acompanharem de perto a situação, de chegarmos realmente onde estava o conflito para auxiliar no dialogo e na garantia da proteção aos nossos irmãos indígenas.
São mais de 30 feridos, pessoas inocentes, no Hospital em Sidrolândia, são 15 lideranças indígenas presas pela Polícia Federal, conduzidas como “bandidos” para a capital do Estado, um absurdo sem tamanho, uma injustiça, pois se existem criminosos nessa história, com certeza não são os índios que ali estavam cansados de promessas não cumpridas, cansados de verem um poder público omisso. Nossos irmãos estavam lutando pelo seu direito a terra, seu bem mais preciosos, para que assim pudessem ter uma vida mais digna e justa.
Agora diante do sangue dos inocentes o que o Brasil de todas as raças irá fazer? Pois nós do movimento social sul-mato-grossense vamos fazer a nossa parte, vamos continuar gritando, incomodando os “poderosos”, que como diria o guerreiro Che Guevara “ podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira”.
Por fim reiteramos a nossa solidariedade ao povo terena que perdeu seu guerreiro na luta por seus direitos e exigimos dos poderes constituídos ações concretas que prefiram a paz, que respeitem o ser humano e que achem uma solução sem violência e uso da força pela força.
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