Rafael Carlos Mosqueda, último réu a ser preso e a ir a julgamento pelo assassinato do advogado Willian Maksoud Filho, ocorrida em abril de 2006, em Campo Grande, foi condenado a 27 anos. O júri popular foi realizado na última sexta-feira e o acusado preferiu não se pronunciar e não respondeu a nenhuma pergunta.

Na acusação atuou o Promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, denunciando o réu no artigo 121, § 2º, incisos I e IV (homicídio cometido por motivo torpe com recurso que dificultou a defesa da vítima), c/c art. 29 e art. 288, parágrafo único (com concurso de pessoas em quadrilha ou bando), do Código Penal e art. 16 e seu inciso III da Lei n. 10.826/2003 (porte ilegal de arma de fogo de uso restrito). O Juiz titular da vara, Aluizio Pereira dos Santos, manteve as qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Rafinha, como o acusado é conhecido, estava foragido desde o crime e foi preso no ano passado em Assunção, no Paraguai. Como ele fugiu, o processo e o prazo do crime foram suspensos e a ação penal foi reaberta em março do ano passado. O réu foi extraditado e, em juízo, confessou o crime.

Rafinha também confessou, em depoimento em juízo, que ele tinha ido ao escritório de Maksoud outras duas vezes antes de matá-lo, para conhecer a rotina do escritório. No dia do crime, o comparsa dele, Edson Ferreira, entrou e se passou por cliente. Antes de entrar na sala do advogado, que estava acompanhado de uma pessoa, Edson rendeu o segurança e, da porta da sala, Rafinha disparou os três tiros. Ele foi socorrido para a Santa Casa e morreu dias depois.

Doze pessoas foram denunciadas por envolvimento com o crime, mas somente quatro foram pronunciadas e três foram a júri popular. Edmilson dos Santos Pires foi condenado a 26 anos de prisão; Edson Ferreira, o Rato, a 23 anos e 8 meses de prisão; e Paulo Eduardo Nepomuceno Alves, o Peréu, a 20 anos.

Conforme o processo, William Maksoud Filho advogou para o PCC, recebendo como pagamento um veículo S-10 e cerca de R$ 100 mil para transferir um integrante do grupo aos estabelecimentos prisionais de Campo Grande, sem lograr êxito. O grupo, então, exigiu a devolução do pagamento.

Maksoud reembolsou somente R$ 30 mil, tendo por imposição do PCC que arcar com o restante da dívida mediante a prestação de serviços. Todavia, Maksoud negou-se e foi assassinado.