A concorrência com os shoppings afastou boa parte dos compradores do centro de Campo Grande.

Bom para os clientes, ruim para os comerciantes. A concorrência com os shoppings afastou boa parte dos compradores do centro de Campo Grande. Neste último domingo antes do Natal é tímido o movimento nas ruas e no comércio.

Algumas pessoas apenas olham as vitrines. Poucas carregam sacolas. Nas vitrines da , uma das principais da cidade, a decoração natalina não está presente na maioria das lojas.

A aposentada Benedita Ovelar, 56 anos, vai deixar a maior parte das compras para amanhã (23). E essas compras serão feitas em um shopping. “O Shopping Norte Sul é mais perto da minha casa e tem mais coisas”, disse. “Amanhã de manhã eu termino de comprar, mas não deixei tudo para o . Tem muita coisa que eu fui comprando antes”, acrescentou.

Ela irá presentear a mãe, esposo, três filhos e dois netos. A neta mais nova nasceu no último dia 19 e irá ganhar uma boneca. Ela estima que as compras de presentes vão custar, ao todo, R$ 500.

Já a empregada doméstica Marcia Maria Brasil, de 40 anos, acordou cedo neste domingo para fazer as compras para a data festiva. Desde às 8h, ela aproveita o movimento tranquilo para comprar presentes para pai, mãe e sobrinho. “O preço está bom, mas ainda não comprei tudo”, conta.

Para o gerente Wellysson Martins, da Mega Jeans, o movimento “poderia estar melhor”. “O brasileiro deixa as compras para a última hora. Vamos esperar vender mais amanhã (23)”, disse.

Ele ressalta que as vendas no centro foram prejudicadas pela comodidade dos shoppings centers. “Abriu muita loja popular em shoppings”, declarou. “É mais cômodo ir fazer compras lá. Tem estacionamento e ar-condicionado. O calor afasta muito as pessoas do centro. Ao meio-dia aqui está um sol muito forte”, afirmou.

O gerente Gilberto José Januário, da loja de calçados Passaletti, diz que o “movimento é o esperado”, mas concorda que as vendas poderiam estar melhores. “Muitos shoppings inauguraram, mas o Natal está dentro do planejado”, disse.

Gilberto conta que a maior parte dos compradores não está atrás de promoção, mas de comodidade. Ele afirma que a expectativa é de ter um crescimento nas vendas equivalente ao do ano passado. “Isso é 50% mais em comparação ao Dia das Mães, que é a segunda melhor data para o comércio, mas nem se compara ao Natal”, explicou.

No ramo calçadista, explica, a tendência é a venda de calçados infantis que vêm com brinquedo. “É a coqueluche da meninada”, contou.