As dívidas no comércio de Dourados voltam a subir e já chegam aos R$ 16.184.072,27. Este valor corresponde aos acúmulos de calotes que se arrastam ano a ano. O valor consta no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e indica o volume da dívida acumulada somente nos últimos cinco anos – após este período, a dívida prescreve e o nome do cliente sai automaticamente do sistema.

Segundo o SCPC, pouco mais de 52 mil pessoas devem ao comércio, sendo que os homens lideram a lista de negativações. E quem pensa que o mês de dezembro é utilizado para pagar as contas, com o décimo terceiro, está enganado. Com mais dinheiro no bolso a população prefere ir às compras.

O movimento acelera neste mês de janeiro, época de liquidações. “Dou preferência para comprar agora porque sempre há desconto. Mesmo assim em dezembro a gente tem que comprar, para não fugir do espirito natalino”, disse a contadora Jane Almeida, que aproveitou as férias para aproveitar ontem liquidação do comércio.

Os dados do SCPC em Dourados foram fornecidos pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced). De acordo com o serviço, somente no mês de dezembro do ano passado 1.759 pessoas tiveram o nome inscrito como devedores. E essa lista tende a aumentar ainda mais no início do ano. De acordo com a Aced, o volume da dívida é o acumulado somente dos últimos cinco anos. No entanto, mesmo com o nome ‘limpo’, a dívida do cliente com a loja permanece, até que seja feito o pagamento.

Outro fator que chama a atenção, é que o número de negativações ao longo de 2012 é maior do que de cancelamentos. De janeiro a dezembro do ano passado 15.930 pessoas procuraram as lojas para regularizarem seus CPF’s, em contrapartida outras 24.987 entraram na lista de devedores no mesmo período.

Recentemente a diretoria da Aced esteve reunida com o prefeito Murilo Zauith. Na oportunidade, o presidente da entidade, Francisco Eduardo Custódio, expôs a preocupação dos comerciantes diante do calote e que ainda assim a carga de impostos ao comércio só aumenta.

No final do ano passado a prefeitura sancionou o aumento de tributos para a Taxa de Fiscalização de Publicidade e para a taxa de Ocupação de Solo. “Diante da dívida de R$ 16,1 milhões que os consumidores têm com o comércio, acreditamos que a alteração do código tributário não deve acontecer de forma que venha onerar os comerciantes”, disse o presidente da Aced, que ficou de criar uma comissão para discutir o aumento dos impostos junto à prefeitura.