O torcedor que deseja ver de perto algum dos 64 jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil terá alguns desafios pela frente. Passando da compra do ingresso até a entrada no estádio, o público tradicional já acostumado a frequentar jogos no país precisará passar por adaptações para aproveitar a chance de ver o Mundial no ano que vem.

Nesta sexta-feira, a Fifa anuncia os detalhes sobre o valor e a distribuição das entradas. Sem bilheterias ou postos físicos de vendas, os ingressos só poderão ser comprados pela internet, no site da organização.

Com o ingresso garantido, o próximo passo do torcedor será planejar seu trajeto para chegar ao estádio no dia do jogo. Em todas as 12 cidades-sede da Copa, obras de mobilidade urbana foram incluídas nos projetos para o Mundial, mas ainda há dúvidas sobre se haverá tempo para concluir todas elas.

Das cidades que já passaram pelo “teste” da Copa das Confederações, algumas como Recife, Belo Horizonte e Fortaleza apresentaram problemas e foram alvos de críticas dos torcedores por conta da lotação dos transportes públicos e pela demora no acesso ao estádio.

Passados os dois primeiros desafios, já no entorno do local do jogo, o torcedor ainda pode enfrentar algumas dificuldades.

Caso novos protestos como os que ocorreram durante a Copa das Confederações se repitam no Mundial, quem quiser ir às partidas precisará driblar possíveis bloqueios e checagens de segurança para entrar no estádio.

Se o ambiente nos arredores do palco da partida estiver livre de protestos, o torcedor poderá aproveitar o tempo que resta antes do início do jogo para comer alguma coisa ou tomar um refrigerante.

Mas os tradicionais ambulantes que costumam preencher as ruas em dias de jogos não serão uma opção para o público da Copa. O espaço no entorno das arenas é reservado para produtos licenciados pela Fifa, o que também significa um custo maior para o torcedor.

Os próprios serviços oferecidos dentro do estádio ─ incluindo a venda de cerveja, algo proibido em competições nacionais ─ também são de responsabilidade da entidade, e os altos preços cobrados na Copa das Confederações também já foram alvo de críticas.

O último dos desafios para o torcedor tradicional que for a um jogo do Mundial será justamente se adaptar à maneira de assistir à partida: nada de acompanhar o jogo de pé, com o tradicional som das baterias nas arquibancadas e os bandeirões erguidos na torcida. Os brasileiros terão que adaptar seus costumes às normas da Fifa.

A entidade possui um código de conduta para o torcedor nas competições que organiza e, nele, alguns dos comportamentos típicos da torcida brasileira no estádio são proibidos.