Vinte e oito dias é a média de tempo que dura um ciclo menstrual, podendo variar de 21 a 35 dias e passando por três fases principais: folicular, ovulatória e lútea. Anotar direitinho todas as datas que marcam o ciclo é essencial para a mulher descobrir como funciona seu organismo e perceber qualquer alteração que aconteça no período, porque uma mudança pode causar infertilidade.

“Um ciclo é considerado irregular quando não há um padrão. A mulher, desde a sua primeira menstruação deve criar o hábito de anotar a data que tem inicio suas menstruações e quantos dias duram. Se é mantido aproximadamente o mesmo período, o ciclo dela é regular e tudo funciona bem. Se há variação muito grande entre o tamanho dos seus ciclos, pode ser sinal de comprometimento da ovulação”, explica a ginecologista Dra. Bárbara Murayama, que alerta que na adolescência e na fase próxima a menopausa essas variações são esperadas.

Percebendo qualquer anormalidade, é hora de procurar um médico, que, através de exames, poderá descobrir a causa do problema, que pode ser desde a síndrome dos ovários policísticos, até doenças na glândula tireoide, pólipos endometriais e miomas, entre outros males. Até mesmo a obesidade, o emagrecimento exagerado ou a prática de atividades físicas abusivas pode comprometer.

Além de notar alterações no tempo de duração das fases, a mulher também deve ficar atenta ao fluxo de sangue durante a menstruação. Se o volume for muito grande pode causar anemia. É o que explica outra médica, a ginecologista Dra. Erica Mantelli. “O normal é perder de 10 ml a 80 ml de sangue por dia. Para perceber se a menstruação está dentro dessa média, o jeito é ficar atenta ao uso do absorvente. O normal é trocar a cada período de 4 a 6 horas, sem vazamento, e usar cerca de seis protetores por dia. Se perceber que usa muito mais do que isso e que não se passam nem 2 horas para que precise mudar de absorvente, já pode ser considerado um fluxo muito grande”, orienta.

Em geral, as mulheres respondem bem aos tratamentos que podem ser feitos com diferentes medicamentos, entre eles, a pílula anticoncepcional. A dica das especialistas para evitar passar pelo problema é manter sempre uma alimentação saudável, praticar atividades físicas moderadamente, não usar medicações – inclusive pílulas e pílulas do dia seguinte – sem orientação médica e visitar um ginecologista regularmente.

Entenda o ciclo

Antes de aprender passo a passo das fases do ciclo, é preciso reforçar que o número de dias de duração de cada período varia de mulher para mulher. Para saber se existe uma anormalidade, é preciso se basear no seu próprio histórico, daí a importância de anotar direitinho a cada menstruação.

Primeira fase: Folicular – Começa no primeiro dia da menstruação e dura por volta de 14 dias. É quando a camada do útero – endométrio – começa a ficar mais espessa. Nesse período cresce a produção de folículos ovarianos, onde são armazenados os óvulos. No da fase folicular, os hormônios responsáveis fazem com que um folículo se rompa e libere um óvulo.

Segunda fase: Ovulatória – Com a liberação do óvulo, dá-se início a ovulação. O que acontece é que o óvulo desce através das trompas e espera ser fecundado por um espermatozoide. Essa passagem pelas trompas dura por volta de três ou quatro dias. Se a fecundação não acontecer, o óvulo continua descendo e chega ao útero.

Terceira fase: Lútea – Depois da ovulação, o folículo se torna uma estrutura chamada corpo lúteo. Se não acontece a fecundação, ele se degenera e o desenvolvimento da camada interna do útero para de ser estimulado. Isso faz com que ela descame, dando origem à menstruação e iniciando um novo ciclo.