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Bloqueio de contas, transferências e prisões dão duro golpe no PCC, diz promotor

Operação Blecaute bloqueou 140 contas correntes, sequestrou R$ 3 milhões e descarticulou atuação do grupo nos presídios do Estado
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Operação Blecaute bloqueou 140 contas correntes, sequestrou R$ 3 milhões e descarticulou atuação do grupo nos presídios do Estado

A “Operação Blecaute” deu um duro golpe no PCC (Primeiro Comando da Capital) ao bloquear contas bancárias, prender integrantes em liberdade e transferir membros já detidos. Esta é avaliação do coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), promotor  Marcos Alex Vera.

“É um atraso de vida para esses criminosos. É pouco provável que eles vão parar porque saindo os líderes, os que estão abaixo na hierarquia sobem”, revela o promotor sobre a forma de atuação da quadrilha.

Segundo Marcos, as quatro ações principais do Gaeco que atrapalham a atuação da facção são: bloqueio de 140 contas bancárias; sequestro de valores movimentados em contas correntes (R$ 3 milhões), bloqueio de linhas telefônicas; e prisão de colaboradores do meio externo e transferência de integrantes encarcerados.

Com isso, a segurança pública do Estado pretende dificultar as ações do PCC, que são emitidas do estado de São Paulo.

Início da operação

Segundo informações do comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Carlos Alberto David dos Santos, a “Operação Blecaute”, deflagrada pelo Gaeco em conjunto com a PM, teve início em março, após a morte de um policial militar da reserva em Três Lagoas.

“Eles tinham intenção de cometer atentados em , e Paranaíba. As investigações começaram em março, depois da morte de Otacílio. Posterior a isso, o alvo foi um policial militar do bairro Moreninhas”, revelou o coronel.

As vítimas do PCC em Mato Grosso do Sul eram aleatórias. No entanto, todas deveriam ser policiais militares ou agentes penitenciários. A ordem de São Paulo era para que agentes da lei fossem mortos em MS com o intuito de a facção mostrar o poder que tinha no Brasil.

“Por conta do trabalho preventivo conseguimos prender os responsáveis dos atentados e evitar outros quatro”, comenta David, que também lembro que todas as ações foram feitas com o serviço de inteligência das instituições.

O coronel Deusdete de Oliveira, diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), explicou que no início o trabalho foi a organização de um organograma que mostrasse o perfil da população carcerária no Estado. Foi necessário estabelecer as ligações externas e internas de cada detento para saber qual o grau de influência que cada um exercia nos demais. “Pegamos esses dados e encaminhamos ao Ministério Público, Gaeco e Polícia Militar”, conta.

328 membros do PCC em Mato Grosso do Sul

Após as investigações, foi constatado que Mato Grosso do Sul possui 328 integrantes do PCC dentro de unidades carcerárias ou no meio externo. Todos atuando de acordo com regras recebidas de São Paulo.

Na Operação Blecaute foi verificado que o bando movimentava 140 contas correntes no Estado. Algumas delas eram em nome de pessoas jurídicas, sendo que todas as contas estavam em nomes de laranjas. Ao todo, desde janeiro deste ano, o PCC movimentou R$ 3 milhões. A maior parte desse dinheiro era usada para financiar o tráfico de drogas e era encaminhada para São Paulo.

O montante que chegava ao estado vizinho tinha um destino certo: a “cidade proibida”. Essa cúpula, segundo o procurador, era o mesmo grupo de autoriza ações em outros estados do Brasil, inclusive determinavam ataques ao Mato Grosso do Sul.

PCC: regras, decisões e justiça com as próprias mãos

Além de ter a função de praticar crimes, o PCC em Mato Grosso do Sul funciona como uma sociedade organizada, revela o procurador Marcos. Lideranças do bando tinham o poder de decisão sobre a vida e ações dos integrantes. “Uma opressão de facção para faccionados”, define Marcos.

“Existia a venda de rifas para a arrecadação de dinheiro. Eles tinham metas a cumprir. Eles tinha que contribuir até com uma mensalidade de R$ 400, sendo que quem não paga é colocado no  livro negro e pode ser até morto”, explica.

PCC até no exterior

Diante da iminência de ações criminosas do PCC, o Gaeco de Mato Grosso do Sul passou a investigar a facção. Segundo o promotor Marcos Vera, foi constatado a existência de pessoas ligadas ao bando em países vizinhos como a Bolívia e o Paraguai. “Encontramos ligações com pessoas que moram até no Peru”, disse o promotor.

Ainda de acordo com Marcos o objetivo da investigação era saber como essa facção agia no Estado. “Como atuavam e se comunicavam”, completa.

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