Auditores já detectaram 93 prontuários oncológicos irregulares em Força Tarefa

As investigações focam prontuários do Hospital do Câncer, Hospital Universitário, Hospital Regional e Santa Casa. O hospital com maior número de atendimentos é o HC, com 143 prontuários em análise.

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As investigações focam prontuários do Hospital do Câncer, Hospital Universitário, Hospital Regional e Santa Casa. O hospital com maior número de atendimentos é o HC, com 143 prontuários em análise.

O secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, apresentou nesta terça-feira (14), em Campo Grande, o balanço da primeira semana de trabalho da força-tarefa implantada para averiguar denúncias de irregularidades em serviços de oncologia no estado. Ele explicou que o foco principal das primeiras investigações é rastrear os prontuários de pacientes de oncologia. Ao todo são 236 prontuários analisados.

Noventa e três prontuários já apresentaram irregularidades. Os documentos não indicavam a cidade origem do paciente. Segundo Odorico, isto já é considerado irregularidade, pois cada estado recebe recursos federais para tratar os próprios pacientes, e se pessoas de outros estados estão sendo atendida aqui, isso prejudica o atendimento.

As investigações focam prontuários do Hospital do Câncer, Hospital Universitário, Hospital Regional e Santa Casa. O hospital com maior número de atendimentos é o HC, com 143 prontuários.

Tratamento de alto custo

Também estão em apuração 1.222 autorizações de pagamentos de alto custo. Os pagamentos são referentes a pacientes que foram submetidos a mais de dois tipos de procedimentos, exemplo: radio e quimioterapia, cirurgia e atendimento, pacientes que morreram durante tratamento, pessoas em estágio avançado de câncer e tempo prolongado da doença no paciente.

Ocorico explicou que a analise desses pagamentos é fundamental para comprovar as denuncias da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS)

Outro ponto que vai ser verificado é o número de mortalidade de câncer em MS. O objetivo é verificar o número de pacientes vitimados pelo câncer e comparar com o restante do país. “Com isso, é possível saber se a quantidade de pacientes mortos durante o tratamento foi por causa de falhas ou se está próximo à média nacional”, explicou.

Pacientes curados também vão ser auditados

Inclusive pacientes curados vão ser auditados pela força-tarefa para verificar o tratamento no estado. Monteiro lembra que entre os indícios de irregularidades está a cobrança de procedimento em mortos, cobrança maior do que foi feito, cobrança anterior à realização de procedimentos, dose subclínicas (usar dose menor que necessário). E conversar com os pacientes que tiveram sucesso no tratamento vai auxiliar nas investigações.

Dentre os objetivos está verificar se há outras irregularidades, determinar novas diretrizes e ver se as que foram indicadas pelo Denasus no ano passado estão sendo cumpridas.

Força Tarefa

O grupo foi criado no último dia 7 de maio pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para garantir a segurança dos pacientes, combater o desperdício de recursos públicos e averiguar a aplicação de medidas de correção já solicitadas pelo Denasus.

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