Após matéria do Midiamax, médico garante que realizou atendimento e relata ameaças

Após matéria do Midiamax, o médico Paulo Stanke, acusado pelos pais de um adolescente de negar atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, garantiu ter realizado todos os procedimentos cabíveis, e ainda relatou ameaças sofridas. Em nota enviada ao Midiamax, o médico desmentiu Deise e Adilson Campos, pais do jovem de 16 anos, […]

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Após matéria do Midiamax, o médico Paulo Stanke, acusado pelos pais de um adolescente de negar atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, garantiu ter realizado todos os procedimentos cabíveis, e ainda relatou ameaças sofridas.

Em nota enviada ao Midiamax, o médico desmentiu Deise e Adilson Campos, pais do jovem de 16 anos, e indicou ter feito todo o atendimento necessário ao rapaz, que, segundo Stanke, ficou na área verde da UPA por não tratar-se de caso de urgência e emergência.

Ainda segundo o médico, o pai o teria ameaçado e proferido palavras de baixo calão, e o próprio adolescente teria avisado que iria resolver a atitude na bala.

Stanke também alega que deixou o adolescente, após o atendimento, em área específica, para ser atendido por outros profissionais, pois teria três casos graves para tratar no local.

Confira a íntegra da nota enviada pelo médico:

“Eu, PAULO STANKE, médico plantonista da Unidade de Pronto Atendimento – UPA Vila Almeida, nesta Capital, citado em reportagem de capa desse jornal eletrônico (DOC. 01), postada na data de hoje (19.07.2013), às 09:49 hs, venho, por meio deste, expor e requerer o que adiante segue:
Lamentavelmente, esse veículo de comunicação virtual publicou, com destaque de primeira notícia, matéria difamatória à minha pessoa, posto que me atribuiu, da maneira como postada, crime de Omissão de Socorro, do artigo 135 do Código Penal brasileiro, sem sequer me oportunizar a possibilidade de dar a minha versão dos fatos sobre o ocorrido.

Mencionar, simplesmente, na reportagem “que tentou contato através do telefone da UPA e via assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde – SESAU”, não exime este órgão de não me procurar, e, menos ainda, de publicar matéria sem ter o amplo conhecimento dos fatos, ouvindo os dois lados envolvidos, e dando ao seu leitor o máximo de informação para que possa formar seu particular convencimento.

Ademais, a própria matéria informa que não houve resposta da UPA Vila Almeida, nem manifestação da SESAU até o fechamento da edição, o que, em tese, pela boa prática jornalística, não autorizaria a esse órgão a publicação da reportagem.

Ao agir sem a devida isonomia, esse órgão fere princípio que é de conhecimento público e geral, de que é dever da imprensa bem informar, ou de informar com responsabilidade. O que não ocorreu.
Assim, gostaria de ver a minha versão dos fatos publicada neste órgão com o mesmo destaque, proporcional ao que foi garantido à outra versão.

O paciente deu entrada na UPA às 18:11 hs do dia 18 de julho de 2013. Veio encaminhado, pela triagem, para o setor de emergência, área vermelha, no qual realizo atendimentos, como de praxe.

Ao lá chegar, o técnico de enfermagem o colocou em um leito, enquanto eu realizava outro atendimento.
Ao iniciar anamnese e exame físico, o jovem já se demonstrou agressivo e mal-educado. Ocorre que é dá prática médica questionar o paciente sobre do acontecido em todo procedimento. Contudo, o jovem, despropositadamente, respondeu a mim com palavreado inadequado e de baixo calão, algo que o próprio pai do jovem reconheceu a esse órgão: “Nervoso e falando alto e usando gírias, o adolescente acabou ofendendo o médico, que negou atendimento”.

Ainda assim, na inspeção (Ectoscopia), avaliei que o paciente encontrava-se consciente, orientado (Glasgow 15) e que apresentava lesão corto-contusa em dorso direito de nariz, não sangrante, de aproximadamente 2 (dois) centímetros, algo que não o colocava em risco de vida, e não se enquadra no setor de urgência e emergência.

Desta forma, o encaminhei a outro setor, área verde (curativo), procedimento praxe, para avaliação e conduta de outro médico, responsável por atendimentos desta monta – algo que irritou o mesmo e o fez continuar a proferir palavras de baixo calão, direcionados a minha pessoa.

Em ato contínuo, o paciente foi atendido pelo setor acima referido, e voltou, por indicação da triagem, à emergência e urgência – desta vez, acompanhado de sua mãe – onde uma vez mais o informei de que o caso não era de urgência e emergência, e que deveria aguardar atendimento como outro qualquer.

Com isso, sua mãe, se mostrando insatisfeita, me proferiu as seguintes palavras: “Você não vai mesmo atender o meu filho? Sou funcionária pública, e vou fazer uma denúncia na imprensa contra você”.

Naquele momento, havia no setor de urgência e emergência outras 3 (três) pessoas que necessitavam de pronto e maiores cuidados médicos, com diagnósticos diferentes e mais graves (infarto agudo do miocárdio, hipoglicemia e insuficiência renal aguda).

À zero hora do dia 19.07.2013, fui informado, por uma técnica de enfermagem, que o pai do garoto se encontrava no local e falava, em alto e bom som, que iria me quebrar.

Independentemente disso, continuei avaliando pacientes, e, ao me encontrar com o pai do jovem na enfermaria, o mesmo se dirigiu a mim me questionando se não iria dar alta médica ao seu filho, no que respondi não ser o responsável por aquele atendimento, e que o mesmo aguardasse a reavaliação do médico responsável.

Inconformado com a minha resposta, o pai do jovem me proferiu as seguintes palavras: “Se acontecer alguma coisa com o meu filho, tomarei as providências devidas, e com minha influência te tiro deste local, seu incompetente, arrogante e filho da p…”.

Neste vértice, começamos calorosa discussão, em que o mesmo ameaçava minha integridade física, o que não me intimidou. Neste momento, pedi à equipe da UPA que chamasse a Polícia Militar.

A discussão continuou, e o mesmo falou que o filho “tinha 7 anos de jiu-jitsu, e me quebraria ao meio”. Neste momento, o jovem levantou-se do leito, gesticulando e me dizendo que voltaria para resolver o caso “na bala”.

Evitando desdobramentos desnecessários, saí do local e aguardei a chegada da guarnição da Polícia Militar, que em menos de 5 (cinco) minutos chegou ao local. Ao encaminhá-los ao setor, o jovem e sua família já haviam se evadido do local, sem sequer receber alta médica.

Ao sair do plantão, e diferentemente do que fez o paciente, que ainda irá registrar boletim de ocorrência, já o registrei na Delegacia de Pronto Atendimento ao Cidadão – DEPAC. 

É de suma importância registrar ainda, que o paciente não desmaiou em nenhum momento, e que o Raio-X da referida unidade encontra-se em manutenção.

Assim, com base na garantia constitucional do inciso V, do artigo 5º da Constituição Federal, que assegura a todos os cidadãos o “direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”, requeiro a este órgão, que, tenho certeza, zela por sua reputação, a imediata publicação da minha versão dos fatos, com o mesmo destaque dado à outra versão, sob pena de medidas judiciais cabíveis.

Campo Grande/MS, 19 de julho de 2013.”

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