Alunos e professores da antiga Fifasul protestam contra “ex-proprietários”

Na noite de ontem (29) em Fátima do Sul, alunos e professores da antiga Fifasul, atual Uniesp-Fafs, protestaram contra “ex-proprietário” da empresa, Lauro Andrey, que meses após vender a empresa para o grupo paulista, tenta agora retomar a unidade à força. O manifesto teve início em frente ao campus da faculdade, próximo ao fórum da […]

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Na noite de ontem (29) em Fátima do Sul, alunos e professores da antiga Fifasul, atual Uniesp-Fafs, protestaram contra “ex-proprietário” da empresa, Lauro Andrey, que meses após vender a empresa para o grupo paulista, tenta agora retomar a unidade à força.

O manifesto teve início em frente ao campus da faculdade, próximo ao fórum da cidade, na Rua Antônio Barbosa, 1010, Jardim Universitário. Em seguida o grupo foi para a praça central de Fátima do Sul, na Avenida 09 de Julho, onde marcharam e entoaram o coro “fora Lauro Andrey, queremos Uniesp”.

O caso

Passando por dificuldades financeiras e crise de credibilidade desde os escândalos de venda de diplomas, em meados da década passada, os herdeiros do antigo grupo Fifasul venderam as quatro unidades (Fátima do Sul, Nova Andradina, Amambaí e Naviraí) ao grupo Uniesp (União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas), que imediatamente assumiu a folha de pagamento dos funcionários e deu início ao processo de transição.

Segundo o professor de educação física, Rafael Faria Corrêa, a venda da empresa para a Uniesp foi a salvação da instituição. “Estávamos prestes a fechar as portas, a unidade de Fátima do Sul estava com apenas 130 alunos, mas logo após a venda, com a saída do Lauro e do Ivolin, a empresa já melhorou a credibilidade e passamos para 300 estudantes”, afirmou.

Contudo, segundo o advogado da Uniesp, Diego Tófoli, na semana passada Lauro Andrey adentrou as dependências da unidade de Fátima do Sul e demitiu a diretora da instituição e quatro coordenadores de curso. “Ele usou de uma prerrogativa, de uma brecha no contrato. Pois no papel ele ainda é o proprietário, o mantenedor das faculdades e teoricamente tem esse poder. Confiamos na palavra dele e assim demos início à transição, mas agora ele quer retomar a empresa à força, parece ter se arrependido da venda”, explicou.

Ainda conforme Tófoli, as quatro unidades foram vendidas pela cifra de R$ 22 milhões, porém, os “ex-proprietários” e filhos da fundadora do grupo, Iveli Monteiro (falecida em 2008), receberiam o saldo deste valor subtraído as dívidas da empresa. “Na época do contrato o Lauro afirmou que a dívida era de R$ 15 milhões, então ele receberia algo em torno de R$ 7 milhões, mas quando assumimos a administração vimos que a dívida era muito maior, acreditamos que ultrapasse os R$ 30 milhões. Mas ele já recebeu quase R$ 2 milhões como parte do pagamento”, complementou.

Disputa judicial

Como os “ex-proprietários” querem retomar o grupo e a Uniesp não aceita dissolver o contrato, o caso foi parar na justiça. Na próxima quinta-feira (01), no Tribunal de Justiça, em Campo Grande, o caso será julgado.

Uma caravana formada por alunos e professores viajarão até a capital e irão ocupar o plenário do tribunal. O grupo afirma que precisa mostrar ao judiciário que a maioria está satisfeita com a atual administração e que não desejam o retorno dos irmãos Monteiro.

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